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Mercado de títulos privados pode avançar mais com uma melhor comunicação

Mercado de títulos privados tem crescimento, mas evolução depende de informação tanto para investidores como para novos emissores

Da esquerda para a direita: Ana Rodela, Head de Gestão de Crédito da Bradesco Asset Management, Guilherme Maranhão, do Itaú BBA e Luciene Machado, Superintendente de Estruturação de Projetos do BNDES
Da esquerda para a direita: Ana Rodela, Head de Gestão de Crédito da Bradesco Asset Management, Guilherme Maranhão, do Itaú BBA e Luciene Machado, Superintendente de Estruturação de Projetos do BNDES

Os desafios para o avanço do mercado de títulos privados no Brasil foi tema de painel no MKBR24, evento realizado em parceria da Anbima com a B3. E, para as palestrantes, o principal pilar para a evolução se dá através da informação.

Segundo Ana Rodela, Head de Gestão de Crédito da Bradesco Asset Management, a demanda por títulos privados aumentou consideravelmente nos últimos anos, principalmente por questões estruturais, mas também pelo crescimento da confiança no tipo de ativo. 

“O investidor criou mais confiança ao ver o bom desempenho principalmente dos fundos de crédito, mesmo com os diversos desafios macroeconômicos que apareceram”, afirmou.

Contudo, a Head da Bradesco Asset Management ressaltou que mesmo com o investidor tendo a sua disposição todo tipo de perfil de fundo, faltam plataformas que resumam o grande volume de informações e emissões.

“Precisamos simplificar essas informações para que a pessoa física tenha menos barreira em relação aos ativos, sejam eles debêntures, CRIs e/ou CRAs. Essas são classes que podem ter um grande papel na democratização desses ativos”, aponta.

Entrada de novos emissores de títulos privados

Do lado do aumento de emissões, e da entrada de novas empresas no título, Rodela especifica que as mega empresas já estão muito bem definidas. Mas é preciso incentivar as grandes e médias empresas que ainda não tem um perfil que seja voltado ao investidor.

“O investidor precisa ter mais informações, de forma clara, para a tomada de decisão em relação ao crédito de uma empresa. Seja ela por demonstrações financeiras auditadas, dados operacionais recorrentes e atualizados e informações do setor em que atua”, alerta. 

“Essa entrada de novos emissores é essencial para o crescimento, principalmente do mercado de fundos de crédito privado”, completa Rodela.

Luciene Machado, Superintendente de Estruturação de Projetos do BNDES, ainda disse que o papel do banco de desenvolvimento é essencial na parte da criação e evolução da infraestrutura dos créditos privados. 

Porém, reafirma que para chegar até as PMEs existe um caminho grande a ser explorado. Por isso, é primordial apoiar as empresas que são ainda menores, para que essas possam trilhar seu caminho até chegar em um ponto que possam entrar no mercado de capitais. 

“Fazê-las crescer preenchendo as lacunas informacionais de governança e organizacional, não apenas com crédito. Também podemos contribuir como apoio de desenvolvimento por mais tempo”, afirma.

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