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Mercado financeiro hoje: inflação nos EUA, China e Brasil estão no foco da semana

Banco do Japão (BoJ) também decide sobre o rumo dos juros esta semana

Mãos segurando notas de cinquenta reais
O INPC acumulado nos últimos 12 meses ficou em 8,8%, mesmo índice do reajuste mediano. Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

A decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) é o ponto alto da agenda da semana, que traz ainda como destaques os índices de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, China e Brasil (IPCA). O Banco do Japão (BoJ) também decide sobre o rumo dos juros esta semana. 

A PEC que transforma o Banco Central em empresa pública com independência orçamentária e financeira poderá ser votada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Hoje o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reunião com a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será recebido em jantar oferecido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Eleições antecipadas na França

A queda de mais de 2% da Bolsa de Paris reflete com mais força a cautela nas bolsas europeias, após resultados iniciais mostrarem avanço de partidos de extrema direita nas eleições parlamentares da União Europeia, o que levou a França a antecipar suas eleições legislativas.

O euro opera em queda ante o dólar. As ações dos bancos franceses Société Générale e BNP Paribas tombavam 7,46% e 5,6%, respectivamente, em Paris perto das 7 horas. 

O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco Central da Alemanha (Bundesbank), Joachim Nagel, disse que o BCE precisa manter a cautela após cortar juros pela primeira vez em quase cinco anos na semana passada, uma vez que as incertezas sobre a perspectiva da economia e da inflação seguem elevadas.

IPCA e Selic

Além do IPCA, fica no radar a possibilidade de aumento dos preços dos combustíveis, nesta terça-feira, por causa da medida provisória que limita os créditos do PIS/Cofins. Em reunião com representantes do mercado financeiro na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que há um conjunto de alternativas a serem levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso de o crescimento das despesas obrigatórias consumir o espaço para as despesas discricionárias dentro da regra fiscal. 

Também na sexta, os diretores do BC, Gabriel Galípolo e Paulo Picchetti, deram declarações consideradas hawkish ou conservadoras pelo mercado financeiro. As falas, reafirmando compromisso com a meta de inflação de 3%, mostram que o racha provocado na última reunião do Copom foi desnecessário e só aumentou as incertezas, sem nenhum ganho para a política monetária.

No sábado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a autoridade monetária não pode ser cobrada pela alta dos juros de longo prazo, que, segundo ele, está associada à credibilidade do governo. “Não tem nada a ver com o Banco Central, que determina a taxa de um dia”, disse Campos Neto, referindo-se à Selic.

*Informações da Agência Estado