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Mercado financeiro hoje: transição no Brasil e covid na China

Piora do quadro da covid-19 na China deve pesar na Bolsa, que pode seguir refletindo cautela com o rumo fiscal do País a partir de 2023

Conteiner com cores da china
O regime de tolerância zero contra a Covid foi adotado desde o início da pandemia pelo presidente da China, Xi Jinping. Foto: Adobe Stock

Em semana com IPCA-15 à frente, as negociações em torno da PEC da Transição e início da montagem do governo pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva devem ficar na mira dos investidores.

A semana começa com o índice Ibovespa futuro em leve alta na contramão das bolsas internacionais, que recuam na esteira das preocupações mundiais. A alta de casos de covid na China reacendeu o alerta de uma possível recessão mundial, com as possíveis restrições comerciais chinesas e a preocupação com as possíveis altas das taxas de juros de bancos centrais no Mundo.

Na agenda internacional, as atas das últimas reuniões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e do Banco Central Europeu (BCE) e discursos de seus dirigentes são esperados nos próximos dias assim como dados de atividade PMIs da zona do euro, Alemanha e EUA.

Nos Estados Unidos, a semana será mais curta, com o feriado de Ação de Graças na quinta e o funcionamento parcial na sexta, com a Black Friday 2022.

Mercado externo

As Bolsas internacionais exibem perdas em meio à queda persistente do petróleo e alta do dólar por temores com o aumento de casos e mortes por covid-19 na China e levou o governo a ordenar novos lockdowns no país.

No sábado, o presidente do FED de Atlanta, Raphael Bostic, reforçou que mais altas de juros serão necessárias para trazer a inflação americana de volta à meta de 2% de forma consistente.

Na Europa, o economista-chefe do BCE, Philip Lane, disse hoje que a instituição vai subir os juros em dezembro e, depois disso, ainda não terá atingido um ponto em que será adequado pausar o aperto monetária na zona do euro.

Por aqui

Após a queda semanal de 3,01% do Ibovespa, alta de 0,77% do dólar à vista e de o mercado de juros precificar a Selic a 14% ao ano no fim do ano que vem, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na sexta-feira à noite não haver nenhuma razão para medo ou para flutuação na bolsa na sua gestão.

O líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (MG) acenou com uma proposta para enxugar a PEC da Transição, adiando para 2025 a regra que dispara o gatilho para deixar os investimentos fora do teto de gastos com base em receitas extraordinárias, com impacto estimado de R$ 23 bilhões em 2023.

+ Teto de gastos: o que é e como afeta a economia do Brasil

*Com informações da Agência Estado