Mercados financeiros hoje: alerta de Putin aos EUA eleva cautela; mercado aguarda corte de gastos
As atenções nesta terça-feira, véspera de feriado nacional do Dia da Consciência Negra, ficam no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de evento na Associação Comercial de São Paulo, e no encerramento da cúpula do G20, com coletiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos Estados Unidos, saem as construções de morarias iniciadas de outubro e o presidente do Federal Reserve (Fed) de Kansas City, Jeffrey Schmid, fala em evento.
Exterior
O humor dos mercados teve piora na última hora diante da notícia de que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou uma atualização da doutrina nuclear de Moscou após a decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de permitir que a Ucrânia ataque alvos na Rússia utilizando mísseis americanos de longa alcance.
A versão anterior da doutrina havia sido aprovada em junho de 2020. A nova doutrina nuclear revisada declara que um ataque convencional contra a Rússia por qualquer nação apoiada por uma potência nuclear será considerado um ataque conjunto ao país.
Na Europa, os mercados também são guiados por notícias e balanços corporativos, após o índice de preços da zona do euro (CPI) ter vindo dentro do esperado. Há pouco, as principais bolsas europeias caíam mais de 1% e os futuros de Nova York tinham perdas mais moderadas. O petróleo estava em baixa e o minério fechou em alta de 3,05% em Dalian, na China.
Brasil
A cautela nas bolsas internacionais e recuo do petróleo tendem a pesar no Ibovespa. O principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil em Nova York caía 0,69% perto das 7h30 no pré-mercado.
Os ADRs da Petrobras cediam 1,18% e os da Vale caíam 0,20%, com perdas limitadas pelo forte avanço do minério de ferro. O dólar pode ficar mais forte ante o real, a exemplo do movimento visto ante outras moedas, e influenciar os juros futuros, embora a queda dos rendimentos dos Treasuries seja contraponto. O mercado monitora falas de Campos Neto e Lula, mas a expectativa segue no anúncio do pacote de gastos, que pode sair até o final da semana, depois do feriado.