Mercado

Mercados financeiros hoje: apetite leve por risco em NY pode amenizar mercado local

As quedas do minério de ferro e do petróleo, contudo, podem pesar sobre o Ibovespa

O mercado fica à espera hoje da confirmação de Magda Chambriard na presidência da Petrobras pelo conselho de administração da estatal, em assembleia geral de acionistas. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, Paulo Picchetti, proferem palestras em seminário do FGV IBRE, no Rio. O resultado da conta corrente e do investimento direto no País (IDP) em abril também será monitorado. Nos EUA, saem dados de sentimento do consumidor e expectativas de inflação da Universidade de Michigan. O diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, participa de conferência do BC da Islândia.

Exterior

Os juros dos Treasuries e o dólar ante moedas principais recuam nesta manhã, abrindo espaço para alta leve dos índices futuros em Nova York em meio a expectativas por dados econômicos e discurso de um dirigente do Fed nesta sexta-feira. Um ligeiro apetite por risco marca a manhã, após as bolsas em Wall Street encerraram os negócios em baixa ontem, com queda mais acentuada do índice Dow Jones, reagindo aos PMIs dos EUA acima das previsões, que lançam dúvidas sobre a possibilidade de corte de juros em setembro e recolocam no radar a chance, ainda remota, de alta em 2024.

Na Europa, os índices acionários recuam, e também fecharam no negativo na Ásia, por crescentes incertezas sobre início da flexibilização monetária americana neste ano, que também pressiona o petróleo para baixo pela quinta sessão consecutiva. As bolsa de Londres e de Frankfurt recuam mais, enquanto euro e libra avançam frente o dólar, após queda das vendas no varejo no Reino Unido em abril maior que o esperado e crescimento anual do PIB da Alemanha de 0,2% no primeiro trimestre deste ano, conforme a previsão dos analistas.

Brasil

A melhora das bolsas americanas pode ser insuficiente para apoiar o Ibovespa na abertura em meio a quedas de 0,44% do minério de ferro na China e recuo persistente do petróleo pela quinto dia seguido por cautela sobre a demanda diante das dúvidas de corte de juros nos EUA neste ano. Ações da Vale e Petrobras podem exibir volatilidade também em meio à notícia de que o conselho da mineradora aprovou a contratação de consultoria para a seleção de seu novo CEO e à espera do desfecho da assembleia de acionistas da petroleira em meio à articulação de acionistas estrangeiros dispostos a contestar a mudança de comando na estatal.

Contudo, a queda dos rendimentos dos Treasuries e do dólar nesta manhã tende a aliviar os ajustes nos mercados locais, principalmente de juros e de câmbio, embora preocupações com o risco fiscal e dúvidas sobre eventual mudança nas metas de inflação possam limitar uma melhora. Em junho, o Conselho Monetário Nacional precisará confirmar a meta de inflação de 2025 e 2026, além de fixar a de 2027, caso o decreto com a alteração do regime não seja publicado. Nesse contexto, atenções se voltam para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

*Agência Estado