Mercado

Mercados financeiros hoje: arrecadação e dirigentes do BC concentram atenção de investidores

No exterior, mercados esperam discurso de Powell, amanhã

A Receita Federal apresenta o resultado da arrecadação do governo de julho nesta quinta-feira. Investidores vão acompanhar também palestras dos diretores do Banco Central Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Diogo Guillen (Política Econômica). Lá fora, os destaques são os índices de gerentes de compras (PMI) e pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, além da ata da última reunião monetária do Banco Central Europeu (BCE). Ainda o Federal Reserve (Fed) de Kansas City abre o Simpósio de Jackson Hole, embora não haja eventos públicos previstos para o primeiro dia.

Exterior

Um apetite moderado por risco impulsiona os índices futuros de ações em Nova York, ecoando a reação positiva em Wall Street à possibilidade de corte de juros em setembro, após a revisão para baixo na criação de empregos nos Estados Unidos e da ata do Federal Reserve (Fed). Ações da Microsoft caíam 0,10% no pré-mercado, após a empresa cortar projeção para receita de computação pessoal e na nuvem para o trimestre atual.

Além da espera hoje pelos indicadores americanos, os investidores estão ansiosos pelo discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, em Jackson Hole nesta sexta-feira, 23, para calibrar as apostas do tamanho da flexibilização monetária à frente. Economistas esperam que Powell mantenha um primeiro corte de juros na mesa, mas descartam a antecipação dos movimentos à frente, que devem continuar dependentes dos dados econômicos nos EUA.

Ontem, a ata do último encontro do Fomc relatou que a “vasta maioria” dos membros do Fed afirmou que provavelmente será apropriado cortar a taxa básica de juros na próxima reunião de política monetária, em setembro, caso os dados econômicos continuem vindo dentro do esperado. Na sequência da divulgação do documento, o mercado ampliou a chance de início do ciclo com uma redução de 50 pontos-base, embora o corte de 25 pontos-base siga como o mais provável, de acordo com a plataforma de monitoramento do CME Group. Para o final do ano, a probabilidade de um corte acumulado de 125 pontos-base cresceu, embora a chance maior ainda seja de um alívio de 100 pontos-base.

Os juros dos Treasuries sobem, enquanto o dólar se enfraquece ante euro e libra, que reagem positivamente aos PMIs da zona do euro e do Reino Unido acima das previsões. No entanto, a queda do PMI composto alemão ao terreno da contração, abaixo de 50, e ao menor nível em cinco meses contém o ânimo e alimenta cautela com a maior economia da Europa. O petróleo ensaia recuperação, após cair nas últimas quatro sessões, mas a correção é tímida porque ainda permanecem incertezas sobre a demanda chinesa e um ceticismo em relação ao acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

Brasil

O Ibovespa pode se beneficiar do ambiente positivo lá fora e da alta das commodities, mas sem descartar instabilidade depois da 3ª sessão seguida na máxima histórica de fechamento, aos 136.463,65 pontos, apoiado em avanço firme dos papéis da Vale e siderúrgicas. Embora o minério de ferro volte a subir 0,41% na China nesta quinta, o ADR da Vale cedia 0,47% no pré-mercado às 6h50. Mas o ADR da Petrobrás ganhava 0,40% em meio à elevação tímida do petróleo, que caiu ontem pelo quarto dia seguido.

Os mercados de câmbio e juros devem se ajustar à valorização do dólar e dos juros dos Treasuries em Nova York, embora os ganhos das commodities possam conter o ímpeto em véspera de discurso de Powell. Possibilidade de alta da taxa Selic em setembro segue no radar.

Investidores vão repercutir nas próximas horas ainda os dados de arrecadação e acompanhar os comentários dos diretores do Banco Central, em especial de Gabriel Galípolo, cotado para substituir Roberto Campos Neto no comando do Banco Central a partir do ano que vem.

*Agência Estado

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