Mercado

Mercados financeiros hoje: atenções ficam em Campos Neto, Galípolo e Haddad

No exterior, agenda desta segunda-feira é fraca de indicadores; investidores aguardam dados de inflação nos EUA

Os dados de inflação dos Estados Unidos, em especial o índice de preços ao consumidor (CPI), e discursos de dirigentes do Federal Reserve serão acompanhados nesta semana para afinar as apostas divididas para a taxa básica de juros americana. O Produto Interno Bruto da zona do euro, Reino Unido e Japão e dados de varejo e produção industrial na China também serão acompanhados nos próximos dias. No Brasil, além do boletim Focus, vários eventos estão programados hoje, com as participações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e dos diretores de Política Monetária, Gabriel Galípolo, de Regulação, Otavio Damaso, além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ainda são esperados nos próximos dias os resultados de Serviços, Varejo e do IBC-BR de junho. Na lista de balanços estão Nubank, XP, BTG Pactual, JBS, Azul, CSN, entre outras empresas. Com o fim do recesso parlamentar, os trabalhos no Congresso serão monitorados.

Exterior

Os índices futuros em Nova York e as bolsas europeias operam majoritariamente em alta modesta em dia de agenda esvaziada. Os juros dos Treasuries e o dólar também exibem ganhos leves, após dados favoráveis do mercado de trabalho americano na última semana aliviarem preocupações de que os Estados Unidos pudessem estar rumando para uma recessão. Os investidores estão na expectativas dos indicadores de inflação americanos e discursos de dirigentes do Fed, após o mercado voltar a ver a hipótese de alívio de 25 pontos base das taxas de juros nos EUA como majoritária, na sexta-feira. A diretora do Federal Reserve (Fed) Michelle Bowman disse no sábado que caso os próximos dados sigam mostrando que a inflação se dirige sustentavelmente para a meta de 2% [ao ano], vai se tornar apropriado baixar gradualmente os juro para prevenir que a política monetária se torne excessivamente restritiva para a atividade econômica e o emprego. Bowman observou ainda que a atividade econômica dos EUA foi mais moderada no primeiro semestre, depois de crescer forte em 2023, e ressaltou que turbulências geopolíticas representam riscos de alta para a inflação no país.

O petróleo volta a subir, na esteira de ganhos acumulados de 4,52% pelo WTI e de 3,71% pelo Brent na semana passada sob efeito da redução nos temores de recessão nos Estados Unidos. A instabilidade geopolítica na Ucrânia e Oriente Médio continua no radar. Também a disputa eleitoral nos EUA é monitorada. A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, abriu vantagem em relação ao rival republicano, o ex-presidente Donald Trump, em três estados-chave – Michigan, Pensilvânia e Wisconsin -, apontou uma pesquisa do Sienna College, em parceria com o jornal The New York Times. As chances de Kamala Harris derrotar o ex-presidente Donald Trump nas eleições de novembro aumentaram e se tornaram majoritárias em bolsas de apostas.

Brasil

O ambiente mais calmo lá fora sugere novos ganhos moderados ao Ibovespa, enquanto os ADRs da Petrobras e Vale exibiam altas leves no pré-mercado em Nova York na esteira do petróleo forte e apesar da queda de 1,08% do minério de ferro na China. As atenções ficam ainda em balanços e teleconferências de várias empresas, como Azul, CSN, Itaúsa e Natura, após o Ibovespa subir 1,52%, aos 130.614,59 pontos no último pregão. Os investidores vão acompanhar também o boletim Focus e comentários de Campos Neto, Galípolo e Haddad, após os juros curtos reagirem em alta na sexta-feira ao IPCA mais forte que o esperado em julho, que elevou as apostas em aumentos na taxa Selic nos próximos meses.

O avanço discreto dos rendimentos dos Treasuries e do dólar ante moedas principais nesta manhã indica oscilações estreitas para os mercados de juros e de câmbio. O cenário fiscal do governo, que tem apoiado a desvalorização do real, segue no foco dos investidores. Os economistas do mercado que se reuniram com diretores do Banco Central na sexta-feira à tarde mencionaram que o cenário externo parece mais favorável ao real, com a perspectiva de um corte de 0,25 ponto porcentual dos juros americanos em setembro, sem um pouso forçado da economia dos Estados Unidos, e a reversão do desmonte de operações de carry trade com a moeda do Japão. Assim, a maioria defendeu a visão de que a Selic não deve ser elevada.

*Agência Estado