Mercados financeiros hoje: ativos externos têm moderação à espera de falas do Fed
No Brasil, investidores se atentam às falas de Campos Neto
A participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, na 2ª Conferência Anual do BC, em Brasília, fica no foco internamente. Em mesa-redonda sobre os 30 anos do Plano Real, estarão presentes os ex-presidentes do BC Gustavo Franco, Gustavo Loyola, Pedro Malan e Pérsio Arida. No exterior, há discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed): Christopher Waller e Mary Daly.
Exterior
Os ativos internacionais têm sinais divergentes leves, em meio à espera de falas de autoridades do Fed na tentativa de encontrarem pistas sobre quando os juros americanos começarão a cair, enquanto a agenda de indicadores está esvaziada, depois de uma semana pesada neste quesito. Ontem, Loretta Mester, do Fed de Cleveland, sinalizou preocupação com a lentidão na queda dos preços, o que pesou no fechamento em leve baixa das bolsas em Wall Street e alta nos rendimentos dos Treasuries. Ainda assim, há esperanças que início dos cortes neste ano nos EUA.
As bolsas europeias operam sem direção única, enquanto investidores digerem dados da inflação da zona do euro na expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) cumpra a sinalização de que começará a reduzir juros no próximo mês. O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, prevê que a inflação da zona do euro volte à meta de 2% em 2025. Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com as da China e de Hong Kong impulsionadas por novas medidas do governo chinês para ajudar seu enfraquecido setor imobiliário e números de produção industrial melhores do que o esperado. O petróleo e o dólar ante moedas fortes sobem moderadamente.
Brasil
Apesar do viés de baixa da maioria dos índices futuros de ações de Nova York, o Ibovespa pode subir moderadamente na abertura motivado na valorização das commodities, na esteira de anúncio de medidas de estímulos ao país. O minério de ferro em Dalian subiu 2,18%. Os ADRs da Vale e da Petrobras avançam entre 0,46% e 0,95%, pela ordem, nesta manhã, no pré-mercado norte-americano. Já o EWZ, principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, zerava a alta vista mais cedo.
Os investidores locais tendem a permanecer cautelosos em relação ao futuro da Petrobras com a nova gestão e ante temas fiscais, após mais um avanço do governo sobre a desoneração da folha de pagamentos. Ao mesmo tempo, pode ser fonte de alívio nas contas públicas a sanção do presidente Lula, com vetos, à lei complementar que estabelece a retomada da cobrança obrigatória do seguro de veículos, conhecido como “Novo DPVAT”. Os investidores, sobretudo dos juros, ficarão atentos à participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em evento pela manhã. As taxas futuras e o dólar poderão subir na esteira do avanço da maioria dos rendimentos dos Treasuries.
*Agência Estado