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Mercados financeiros hoje: balanço da Nvidia surpreende e pode impulsionar bolsa de NY

No Brasil, investidores acompanham arrecadação e balanço da Vale

Bolsa. Foto: Pixabay
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A agenda externa ficará no foco nesta quinta-feira, sobretudo a ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), dados de inflação na zona do euro e de PMIs dos Estados Unidos e na Europa. Discursos de cinco dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estão previstos, após a ata da última reunião monetária de janeiro reforçar ontem a chance de início da flexibilização de juros em junho. O relatório Focus e os dados de arrecadação federal em janeiro serão acompanhados no Brasil, além da solenidade de posse de Flávio Dino no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontrará depois com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e líderes para tratar da agenda econômica. Ainda está programado o balanço da Vale, que pode fazer reunião do conselho para decidir a sucessão na empresa.

Exterior repercute balanços e aguarda sinais sobre política monetária

As bolsas asiáticas fecharam em alta, com recorde em Tóquio, e os mercados acionários em Nova York e na Europa são impulsionados também nesta manhã pelo rali da Nvidia, que subia 14,5% perto das 7 horas no pré-mercado, após ganhar mais de 6% no after hours. Os investidores reagem ao lucro da gigante de semicondutores acima das previsões no quarto trimestre e receita recorde.

Os rendimentos dos Treasuries e o dólar ante moedas rivais recuam com o apetite por risco, depois da curva de juros americana ganhar fôlego com a ata do Fed e investidores à espera de mais sinais de política monetária por dirigentes do BC americano. A diretora do Fed Michelle Bowman afirmou que “certamente não é agora” o momento para começar a cortar os juros e voltou a criticar um plano para elevar o capital de bancos nos EUA, segundo a Bloomberg.

Na Europa, o índice Stoxx 600 das bolsas renovou máxima intradia, contagiado pelo bom humor em Wall Street e repercutindo alguns balanços, como os de Lloyds, Iberdrola e Telefónica, além de indicadores de inflação e atividade na região. O índice de preços ao consumidor (CPI) da Zona do Euro avançou 2,8% na comparação anual de janeiro, como previsto. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que engloba os setores industrial e de serviços, subiu de 47,9 em janeiro para 48,9 em fevereiro, atingindo o maior nível em oito meses. Na Alemanha, o PMI composto caiu de 47 em janeiro para 46,1 em fevereiro, atingindo o menor nível em quatro meses, enquanto no Reino Unido, o indicador que engloba os setores industrial e de serviços subiu de 52,9 em janeiro para 53,3 em fevereiro, atingindo o maior nível em nove meses e acima da expectativa de analistas, que previam estabilidade.

No Brasil, mercado espera balanço da Vale

O Ibovespa tende a se beneficiar do apetite por risco externo e da alta do petróleo, que pode apoiar ações da Petrobras, enquanto os papéis da Vale ficam sob pressão da queda de 1,49% do minério de ferro em Dalian, na China, em meio a expectativas pelo balanço trimestral da mineradora.

Devem repercutir também alguns balanços, como o de Assaí e os dados de arrecadação. A expectativa no mercado é de que a receita do governo com impostos e contribuições federais tenha atingido R$ 277,0 bilhões em janeiro (mediana), graças aos recolhimentos previdenciários e com a tributação de fundos exclusivos, após R$ 231,225 bilhões em dezembro, segundo o Projeções Broadcast. O recuo nos rendimentos dos Treasuries e do dólar pode aliviar os ajustes na curva de juros e no mercado de câmbio.

Em relação à pauta econômica que tramita no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo deve acatar a proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para dividir os conteúdos da medida provisória (MP) que propôs a reoneração gradual da folha de pagamento, em projeto de lei com urgência constitucional para temas que já foram tratados pelo Legislativo. O ministro não precisou uma data para o envio do projeto, mas disse que deve ocorrer antes do final de março.

*Agência Estado