Mercado

Mercados financeiros hoje: bolsas europeias recuam com fraqueza na atividade

Sem indicadores relevantes na agenda interna, os investidores devem repercutir notícias corporativas na Bolsa

A sexta-feira tem uma agenda econômica enxuta, que inclui os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e da Europa e a sondagem da indústria da construção no Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja para Piauí e Maranhão para participar de eventos e anunciar obras.

Exterior

As bolsas europeias e o euro ante o dólar recuam, pressionados por ações de bancos e de tecnologia em meio a dados de atividade preliminares na região apontarem quedas inesperadas nos PMIs da Alemanha em junho. O PMI composto da Alemanha caiu de 52,4 em maio para 50,6 em junho. O PMI industrial alemão recuou de 45,4 para 43,4 no mesmo período, contrariando expectativas de aumento a 46,4 neste mês. Já o PMI de serviços diminuiu de 54,2 em maio para 53,5 em junho, ainda na zona de expansão, porém, abaixo do consenso da FactSet, de leve alta a 54,4. O PMI composto da zona do euro, por sua vez, caiu de 52,2 em maio para 50,8 em junho, ao menor nível em três meses, frustrando a expectativa de aumento a 52,5.

No Reino Unido, as vendas no varejo subiram mais que o esperado em maio, porém, o PMI composto caiu de 53 em maio para 51,7 em junho, ao menor nível em sete meses, pressionado por serviços, contrariando as previsões de alta para os dois dados.

Em Nova York, os rendimentos dos Treasuries e os índices futuros de ações recuam, enquanto o dólar avança frente a outros pares principais, com novos sinais de que do Federal Reserve pode demorar para cortar juros. Ontem, o presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, disse ver pressões inflacionárias persistentes na economia americana, mas que o nível atual das taxas de juros é suficiente para desacelerar o crescimento dos preços. Contudo, levará algum tempo, dado que o impacto total das taxas de juro mais elevadas ainda não atingirá a economia real, afirmou.

Brasil

O ambiente de cautela em Nova York somado às quedas do petróleo e de 1,7% do minério de ferro na China podem pressionar o Ibovespa em meio ao vencimento de opção, que pode adicionar volatilidade também aos negócios. Sem indicadores relevantes na agenda interna, os investidores devem repercutir notícias corporativas na Bolsa. O prospecto da oferta de ações da Sabesp tem previsão de ser publicado hoje, de acordo com fontes. E o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), viaja neste fim de semana para os Estados Unidos e Europa para apresentar a investidores e fundos de investimento o projeto de privatização da Sabesp.

o setor de energia, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que uma das diretrizes do decreto para renovação de concessionárias de distribuição de energia será o estabelecimento de limites para os dividendos dos acionistas. Silveira confirmou ainda que a versão final do decreto, que será publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, terá a previsão de limitar a remuneração de juros sobre capital próprio (JCP).

Nos juros e câmbio, o recuo dos rendimentos dos Treasuries pode amenizar a influência de alta do dólar vinda do exterior. Porém, as preocupações com as contas públicas e a sucessão no Banco Central podem continuar pesando no sentimento de risco do investidor. Segundo a Globonews, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamnto) levaram várias propostas a Lula nesta semana e foi fechada uma revisão de despesas com os benefícios assistenciais, que pode representar uma economia entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025. Esse montante seria suficiente para fechar as contas no ano que vem e garantir, no PLOA, a manutenção da meta de déficit zero. O diretor-executivo da Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, disse ao Broadcast que o cenário fiscal vem piorando desde julho do ano passado, quando a agência melhorou, de BB- para BB, a classificação do risco de crédito do País.

*Agência Estado