Mercados financeiros hoje: cautela com eleições nos EUA persiste
No Brasil, Campos Neto e dados sobre arrecadação federal concentram atenções
Sem indicadores no exterior, as atenções nesta terça-feira ficam em falas de vários dirigentes de Bancos Centrais, incluindo a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e o presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey. O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, também concede entrevista à CNBC e realiza palestra em evento organizado pelo G20 e BIS, em Washington. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulga as atualizações de suas projeções econômicas e 3M, GM e Verizon publicam balanços. No Brasil, os dados da arrecadação federal em setembro atraem as atenções.
Exterior
O tom é negativo nas bolsas europeias e em Nova York com o persistente avanço dos rendimentos dos bônus europeus e dos Treasuries. Investidores seguem focados nas eleições nos EUA, em dirigentes do Fed e indicadores, que têm sugerido corte comedido de juros no país neste ano. Vem crescendo a aposta em redução total de 25 pontos-base até dezembro e também de manutenção, embora a expectativa por um corte de 50 pb siga majoritária no CME Group. A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse esperar mais cortes este ano, enquanto Jeffrey Schmid, de Kansas City, defende evitar movimentos desproporcionais nas reduções de taxas. As pesquisas eleitorais mostram que o republicano Donald Trump está subindo nas intenções de voto. Na plataforma Polymarket, ele aparece com 63% contra 37% da democrata Kamala Harris. O petróleo segue em recuperação, com os EUA tentando convencer Israel a renovar um acordo de cessar-fogo no Oriente Médio.
Brasil
A bolsa pode ser pressionada pelo exterior em meio a sinais difusos das commodities. O ETF brasileiro EWZ caía 0,43% no pré-mercado às 6h40. O ADR da Vale subia 0,19%, apesar da queda de 0,58% do minério de ferro, enquanto o da Petrobras ganhava 0,29% às 7h12, acompanhando o petróleo. A arrecadação será acompanhada em meio a preocupações com o quadro fiscal, em especial no câmbio e juros. A mediana esperada no mercado é de R$ 201,50 bilhões em setembro, após R$ 201,622 bilhões em agosto – um ganho real anual de cerca de 10,7%, ajustado pelo IPCA. A equipe econômica ganhou reforço no Congresso na defesa da revisão dos pisos da educação e da saúde, mas a ideia de enviar uma PEC sobre o tema perdeu tração no governo e não deve ser incluída no pacote de revisão de gastos orçamentários este ano. A mudança é necessária ou o chefe do Executivo, a partir de 2031, não terá “a menor margem para governar o País”, diz o relator do Projeto da LDO de 2025, senador Confúcio Moura (MDB).
*Agência Estado