Mercado

Mercados financeiros hoje: cautela domina após ataque de Israel ao Irã

Mercados também esperam falas de dirigentes dos maiores Bancos Centrais e novidades na Petrobras

Mercados adotam cautela nesta sexta-feira. Foto: Pixabay

As atenções nos mercados se voltam para o Oriente Médio, após Israel realizar ataque a base militar do Irã, e para falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE), Banco da Inglaterra (BoE), além dos presidentes do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, e do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, ao longo do dia, nos Estados Unidos. Balanços trimestrais da American Airlines e Procter & Gamble devem movimentar também as bolsas em Nova York. O destaque local é a reunião do conselho de administração da Petrobras.

Exterior

O petróleo passou a cair nesta manhã, após autoridades de Teerã informarem que nenhuma instalação nuclear no país foi danificada, após a commodity subir 4% no fim da noite de ontem com relatos de explosão na cidade de Isfahan, no sul do Irã. O espaço aéreo na região foi temporariamente fechado. Altos funcionários dos Estados Unidos disseram à rede ABC News que as explosões tinham sido provocadas por mísseis de Israel, que prometeu revidar os ataques iranianos do fim de semana passado. O Irã não planeja uma retaliação imediata contra Israel, afirmou à Reuters um graduado oficial iraniano. Fontes americanas classificaram a operação como limitada e ressaltaram que as forças dos Estados Unidos não estão envolvidas nem endossaram o ataque. Ainda assim, a tensão predomina nos mercados pelo risco de uma guerra entre os dois países e os investidores buscam proteção, derrubando juros dos Treasuries, as bolsas americanas e europeias e o dólar ante outras principais, mas com valorização frente a maioria das divisas emergentes e ligadas a commodities, principalmente o peso mexicano.

Em Nova York, os mercados futuros são pressionados também após previsões da Netflix que desapontaram e fala do presidente do Federal Reserve (Fed) de Minneapolis, Neel Kashkari, de que a instituição pode manter os juros inalterados por todo o ano e cortar apenas no ano que vem, à medida que precisa de maior confiança de que a inflação está no caminho para a meta de 2% ao ano.

Na Europa, indicadores locais são monitorados também. No Reino Unido, as vendas no varejo mostraram estabilidade em março ante fevereiro, quando analistas ouvidos pela FactSet previam alta de 0,5%. E na Alemanha, a inflação ao produtor (PPI) recuou 2,9% em março, na comparação anual, quando se esperava baixa de 3,0%.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio registrou a maior perda diária do índice Nikkei desde setembro de 2022, após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, dizer que o banco central pode aumentar as taxas de juros novamente se as quedas do iene aumentarem significativamente a inflação, às vésperas da reunião de política monetária da próxima semana.

Brasil

A cautela geopolítica deve afetar os ajustes dos mercados locais bem como a expectativa pela reunião do conselho de administração da Petrobras e a possibilidade de não discutir a distribuição de dividendos, conforme antecipou o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, segue no foco também, após seus comentários hawkish (mais duros) na esteira do afrouxamento das metas fiscais do governo nesta semana e da escalada das incertezas externas sobre os juros nos Estados Unidos e a crise geopolítica no Oriente Médio. O Projeções Broadcast apurou que o mercado põe em dúvida um corte de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic em maio e vê -0,25pp como quase certo em junho.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também será monitorado, após antecipar o seu retorno ao Brasil ontem para focar na agenda do Congresso. Haddad prometeu apresentar as propostas de regulamentação da reforma tributária e a medida provisória (MP) do crédito no início da próxima semana. A Fazenda também está focada nas negociações sobre o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), cujo projeto deve ser votado na semana que vem na Câmara.

*Agência Estado

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