Mercados financeiros hoje: cautela externa pode afetar humor local em véspera de feriado
Agenda local é forte de indicadores, com IGP-M, Caged e Pnad Contínua
A agenda desta véspera de feriado de Corpus Christi, que mantém os mercados domésticos fechados amanhã, traz como destaques o IGP-M de maio, números do setor público consolidado, do Caged e da Pnad Contínua, além do Livro Bege nos Estados Unidos e discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) John Williams, de Nova York, e Raphael Bostic, de Atlanta, ambos com direito a voto no Fomc. Na Alemanha, será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI).
Exterior
O clima é de cautela nas praças financeiras internacionais nesta manhã em meio a notícias corporativas. As ações de companhias aéreas dos EUA pesam no pré-mercado de Nova York após a American Airlines reduzir projeções para lucro e receita do segundo trimestre, no fim da tarde de ontem. Há pouco, os papéis da empresa tombavam perto de 8%, pressionando as ações de empresas como United Airlines e Southwest Airlines. Já os papéis da Anglo American buscam recuperação diante da notícia de que a empresa não quer estender o prazo para negociação para possível compra pela BHP.
Os investidores ficam em compasso de espera pelo Livro Bege hoje, pelo PIB dos EUA do primeiro trimestre, amanhã, e principalmente pelo índice de gastos com consumo (PCE) americano de abril, esperado para sexta-feira e que pode alterar as expectativas para os juros no país.
Brasil
A baixa dos futuros de Nova York pode limitar o fôlego do Ibovespa especialmente por ser véspera de feriado. Mais cedo, o EWZ, principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, recuava 0,20% no pré-mercado. Já a alta dos retornos dos Treasuries longos é fator para possível pressão nos juros futuros, que ficam sensíveis ainda ao IGP-M e aos dados fiscal e de mercado de trabalho no Brasil. Além disso, o Tesouro antecipa para hoje o leilão de LTN e NTN-F.
No dólar é esperada alguma volatilidade com a pressão com a antecipação da rolagem de contratos cambiais futuros, visando a definição da última Ptax de maio na sexta-feira. Também na sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo deve publicar uma medida de compensação para a desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios. A Receita Federal calcula que serão necessários R$ 25,8 bilhões para restituir a perda arrecadatória com a prorrogação da desoneração – R$ 15,8 bilhões se referem à renúncia fiscal com o benefício concedido aos 17 setores da economia, e os outros R$ 10 bilhões à mudança na tributação das prefeituras.
*Agência Estado