Mercado

Mercados financeiros hoje: cautela prevalece antes de discurso de presidente do Fed

Receios com China e temores sobre o fiscal brasileiro também pesam sobre ativos de risco

O presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, Jerome Powell
O presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, Jerome Powell Foto: reprodução

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, é destaque no exterior, assim como a divulgação das projeções econômicas do Fundo Monetário Internacional (FMI), produção industrial americana e balanços como do BofA e Morgan Stanley. No Brasil, serão divulgados o IGP-10 de abril e o boletim Focus.

Exterior

A cautela predomina no exterior. Os juros dos Treasuries voltam a subir, diante do temor de que uma escalada do conflito no Oriente Médio impulsione o petróleo, alimente a inflação e atrapalhe os planos de grandes bancos centrais de começar a reduzir juros. Neste sentido, a maioria dos índices futuros de ações de Nova York cai sugerindo que Wall Street ampliará as perdas da véspera, após apostas de que o inicio da queda dos juros americanos só ocorrerá em setembro. Em NY, a Unitedhealth superou as expectativas de lucro e receita, com ação saltando 5%. Ficam no radar ainda discursos dos presidentes do Fed e do Banco da Inglaterra, bem dados e balanços.

As bolsas europeias caem com mais força, diante das dúvidas no Oriente Médio e após a divulgação de indicadores da região, como índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha acima do esperado e número de emprego do Reino Unido que decepcionou. As bolsas asiáticas fecharam em baixa significativa ainda reagindo a resultados de indicadores chineses divergentes. O PIB da China teve alta anual de 5,3% no primeiro trimestre, bem maior do que se esperava, mas tanto a produção industrial quanto as vendas no varejo do país avançaram menos do que o previsto em março. Além disso, o setor imobiliário chinês segue em dificuldades.

Brasil

O ambiente desfavorável no exterior pode contaminar os ativos domésticos, que ainda tendem a reagir de forma negativa à sinalização de mudança da meta fiscal para os próximos anos. O entendimento é de que as alterações sugerem uma política mais expansionista de gastos. Os juros devem a voltar a subir, seguindo ainda o avanço dos Treasuries, e de olho no IGP-DI de abril, que deve ceder 0,19% (mediana). Quanto ao dólar, dados ainda sugerindo fraqueza da economia chinesa podem enfraquecer o real. Aliás, o Ibovespa pode reagir aos indicadores da China, ainda que o PIB tenha crescido mais do que o previsto. Nesta manhã, no pré-mercado dos EUA, os ADRs da Vale caíam 1,67%, os da Petrobras recuavam 0,19%, enquanto o principal fundo de índice (ETF) brasileiro negociado, o EWZ, perdia 1,33%, às 7h19.

*Agência Estado