Mercados financeiros hoje: Copom, Fed, BCE e BOE decidem sobre juros
No Brasil, Congresso acelera votações antes de recesso
A semana promete muitas emoções, com decisões sobre juros do Copom, Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE), além de bancos centrais de países emergentes. Os próximos dias são também decisivos para o Congresso, que tem de aprovar matérias importantes antes do recesso parlamentar para que o governo tenha mais chances de cumprir a meta de déficit fiscal zero em 2024. Uma das medidas é a MP da subvenção do ICMS, mas há também a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, o PL das bets, análise dos vetos de Lula e a reforma tributária. A agenda traz ainda o IPCA e, lá fora, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, produção industrial do Reino Unido, da zona do euro, China e Estados Unidos, e vendas no varejo dos EUA e da China.
Exterior aguarda decisões sobre juros
As bolsas internacionais e as moedas mostram pouco fôlego nesta manhã, em dia de agenda esvaziada, à espera das decisões dos bancos centrais dos EUA e Europa. A expectativa para o Fed é de manutenção dos juros na faixa de 5,25% a 5,50%. Os futuros de Nova York têm sinal negativo, nas bolsas europeias só Paris sobe e o dólar recua ante moedas principais e tem sinais mistos ante divisas emergentes e ligadas a commodities. O petróleo recua.
A deflação da China de 0,5% em novembro, na comparação anual, superior que a expectativa de -0,2%, é vista com preocupação. A Capital Economics comentava que a baixa na inflação de serviços do país era fonte de preocupação. A consultoria acredita que o índice de preços da China deva seguir fraco no curto prazo, mas não crê no risco de espiral deflacionária. Já o índice de preços ao produtor (PPI) chinês caiu 3,0% no comparativo anual e 0,3% em uma base mensal. O consenso do WSJ previa uma redução anual de 2,9%.
No Brasil, Congresso fica no foco de investidores
Apesar da falta de tração das bolsas internacionais e queda do petróleo, o dia pode ser positivo por aqui, uma vez que o EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil negociado em NY, subia 1,54% às 7h30 no pré-mercado em Nova York. Os Adrs da Petrobrás e Vale também estavam no azul. Além da decisão do Copom, que deve resultar em corte de 50 pontos-base da Selic, o mercado estará com os holofotes sobre o Congresso.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que está semana fundamental para o governo em 2024 e criarão ambiente mais favorável para queda dos juros. O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o relatório da MP que trata da subvenção do ICMS deve ser apresentado amanhã na comissão mista e votado na quarta-feira.
O Congresso agendou sessão para a quinta-feira (14), a partir das 10h, com 39 vetos e 20 projetos na pauta de votações. Os destaques ficam para os projetos da LDO para 2024 e do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. Na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que o presidente Arthur Lira já sinalizou para a votação da reforma tributária nesta semana. Alguns pontos que podem gerar debate em Plenário, segundo ele, são a prorrogação de incentivos fiscais para o setor automotivo no Nordeste, Norte e Centro-Oeste até 2032. A Câmara havia rejeitado, e o Senado aprovou. A reforma tributária vai eliminar três impostos federais – IPI, PIS e Cofins – e criar a Contribuição sobre Bens e Serviços e o Imposto Seletivo.
*Agência Estado