Mercados financeiros hoje: corte de gastos é foco em semana de IPCA-15, PCE dos EUA e ata do Fed
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje às 10 horas a minuta do pacote de corte de gastos em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Nesta última semana de novembro, os holofotes do mercado se voltam para o anúncio do corte de gastos, que pode acontecer até amanhã. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje às 10 horas a minuta do pacote fiscal em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tem encontro com 12 ministros à tarde. O IPCA-15 de novembro, a Pnad Contínua e os dados fiscais de outubro são esperados nos próximos dias. Nos EUA, os destaques incluem o índice de preços PCE de outubro, dados do PIB do terceiro trimestre e a ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC), o banco central norte-americano. O feriado de Ação de Graças fecha os mercados em Wall Street na quinta-feira e reduz o horário de funcionamento na Black Friday.
Exterior
Os índices futuros de Nova York sobem, enquanto os juros dos Treasuries e o dólar ante moedas principais recuam em reação à escolha de hedge Scott Bessent para liderar o Tesouro dos EUA com a missão de conter a dívida do país. A moeda americana caiu também frente à chinesa depois de o Banco do Povo da China (PBoC) deixar a taxa da linha de empréstimo de médio prazo inalterada. Mas o euro e a libra desaceleraram após o índice de sentimento das empresas da Alemanha cair além do esperado. A dirigente do Banco da Inglaterra (BoE) Clare Lombardelli afirmou que o BC deve ficar vigilante sobre sinais de desaceleração econômica. O petróleo recua, após subir cerca de 6% na semana passada. O Kremlin acusou Joe Biden de dificultar tentativas de Donald Trump de negociar a paz na Ucrânia quando assumir a presidência. No foco está uma reunião nesta terça-feira entre Ucrânia e Otan para discutir o recente ataque de Moscou à cidade de Dnipro, com um míssil hipersônico experimental.
Brasil
De sobreaviso para o anúncio das medidas fiscais, o mercado pode ficar volátil e com liquidez mais enxuta. Economistas aguardam o pacote de contenção para avaliar a sua viabilidade em meio à percepção de que pode não derrubar a cotação do dólar, que subiu a R$ 5,8144 na sexta. O mercado já trabalha com o valor de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, mas a grande preocupação é com a estrutura. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que os gastos públicos deverão ser um dos principais assuntos abordados no Congresso, após a conclusão da reforma tributária. Deve repercutir também o bloqueio de mais R$ 6 bilhões no orçamento deste ano e o boicote de entidades locais ao Carrefour (leia mais abaixo em O Que Sabemos). A bolsa pode ter desempenho contido. O ETF brasileiro EWZ estava estável às 7h11 no pré-mercado em NY. O ADR da Petrobrás caía 0,40% e o da Vale perdia 0,10%, mesmo com alta de alta de 0,84% do minério de ferro.
Agenda
O presidente Lula recebe hoje a minuta do pacote fiscal às 10 horas e tem reunião com 12 ministros, às 15h30. O calendário de indicadores traz o boletim Focus (8h25) e os dados de transações correntes e IDP de outubro (8h30). Nos dias seguintes, tem o IPCA-15 de novembro, na terça; IGP-M, Caged e Governo Central, na quinta; além de setor público consolidado e Pnad Contínua de outubro, na sexta-feira. O Supremo Tribunal Federal (STF) julgará na quarta-feira, 27, três ações sobre a responsabilização das redes sociais.
O índice PCE dos EUA de outubro e a segunda leitura do PIB do terceiro trimestre saem na quarta-feira. Hoje, está previsto o índice de atividade nacional de outubro às 10h30. A ata do último encontro de política monetária do Fed será publicada nesta terça e, na quinta-feira, o feriado de Ação de Graças fecha os mercados no país, que terão também horários reduzidos de negócios com ações e Treasuries na sexta-feira. Na Europa, os destaques são os índices de inflação ao consumidor de novembro da Alemanha (quinta) e da zona do euro (sexta).
Bloqueio de R$ 6 bilhões
Os ministérios do Planejamento e da Fazenda informaram na sexta-feira que a contenção do orçamento foi elevada no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 5º bimestre de R$ 13,3 bilhões para 19,3 bilhões. São R$ 6,0 bilhões em bloqueios adicionais, por causa da elevação das despesas, ante R$ 13,3 bilhões do relatório relativo ao 4º bimestre. Mais uma vez, não houve recursos contingenciados, em função de frustração de receitas – o governo chegou a contingenciar R$ 3,8 bilhões neste ano, mas reverteu a decisão em setembro. O governo federal espera arrecadar R$ 17 bilhões até o fim de 2024 com as medidas arrecadatórias aprovadas no Congresso Nacional no ano passado.
*Agência Estado
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