Mercados financeiros hoje: CPI e varejo guiam projeções para juros no Brasil e nos EUA
O petróleo sobe mais de 1% diante da possibilidade de que Israel ataque o Irã
Os indicadores de preços ao consumidor (CPI) nos EUA e de vendas do varejo no Brasil serão acompanhados nesta quinta-feira, além de discursos de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed). O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que teve a indicação à presidência da instituição confirmada pelo Senado, reúne-se com representantes da Fazenda, Febraban, Emgea e Abecip, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de congresso de corretores de seguros.
Exterior
O petróleo sobe mais de 1% diante da possibilidade de que Israel ataque o Irã. As bolsas de Xangai e Hong Kong subiram após o Banco do Povo da China (PBoC) lançar um swap de 500 bilhões de yuans (US$ 70,6 bilhões) para fornecer liquidez a empresas de valores, fundos e seguros. Em Nova York, os mercados têm ajustes moderados e o CPI hoje deve modular as expectativas para o ciclo de cortes de juros pelo Fed. A dirigente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse ver a possibilidade de mais um ou dois cortes este ano, mas que a redução de setembro não é um indicativo futuro. Já Susan Collins, de Boston, afirmou que mais ajustes na taxa provavelmente serão necessários.
Brasil
Os mercados locais podem ter ajustes estreitos, como no exterior, com queda nos futuros de NY e leve alta dos juros dos Treasuries, antes do CPI. O petróleo está em alta, mas minério de ferro caiu novamente na China. Os investidores repercutem também os dados de atividade interna. Apesar do recuo esperado na margem, as vendas no varejo devem seguir crescendo na base de comparação interanual, refletindo a melhora das condições econômicas em relação ao ano passado. Contudo, o mercado segue duvidando da capacidade do BC de derrubar a inflação e também vê pouca flexibilidade do Executivo para cortar gastos e potencial piora no quadro fiscal. Analistas afirmam que a proposta de desoneração do IRPF até R$ 5 mil em 2025, mesmo que compensada com aumento de tributação sobre ricos, deve estimular o consumo e a inflação, exigindo a manutenção de juros restritivos no país.
*Agência Estado