Mercados financeiros hoje: dado de inflação nos EUA guia expectativas para decisão do Fed em dezembro
No Brasil, espera por pacote de corte de gastos do governo pode trazer volatilidade
O mercado segue focado nas negociações do pacote de corte de gastos e hoje há reuniões do presidente Lula com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para apresentar as diretrizes do plano, e outro encontro com o ministro da Defesa, José Múcio. O volume de serviços em setembro e dois leilões de linha de até US$ 4 bilhões também devem direcionar os negócios. Palestra do diretor de Política Monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, em evento do Bradesco Asset Management será acompanhado no fim da tarde bem como uma série de balanços do terceiro trimestre, incluindo os da B3, Banco do Brasil, Nubank e JBS. Nos Estados Unidos, as atenções ficam no índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro e em falas de três dirigentes do Federal Reserve (Fed).
Exterior
As bolsas europeias sobem em bloco, reagindo a notícias corporativas. Em Nova York, por outro lado, a cautela predomina com o aparente fim do “Trump Trade”. Os índices futuros de ações estendem perdas de ontem em Wall Street, enquanto os juros dos Treasuries e o dólar ante pares rivais recuam. Investidores monitoram as indicações do presidente eleito Donald Trump para o seu futuro gabinete, como a dos empresários Elon Musk e Vivek Ramaswamy para um novo “Departamento de Eficiência Governamental”.
No radar estão ainda o CPI americano, que deve subir 0,2% em outubro, e falas de membros do Fed, que devem orientar também as apostas para a reunião de dezembro, quando as chances de manutenção do juro estão em 40%, contra 60% de nova queda de 25 pontos-base.
Brasil
O dólar e os juros futuros podem aliviar um pouco junto com os retornos dos Treasuries e de olho no andamento das negociações do pacote de corte de gastos. O ajuste no câmbio deve responder também aos leilões de linha (venda de dólar com recompra futura pelo BC) de até US$ 4 bilhões. O BC provavelmente identificou redução da liquidez e necessidade de prover moeda para operações típicas de fim de ano, como remessas de dividendos pelas empresas com matriz no exterior. “O leilão afeta basicamente o cupom cambial, não a taxa de câmbio, pois não altera a exposição em dólares do mercado”, afirma o estrategista-chefe da Warren Investimentos, Sérgio Goldenstein.
Na Bolsa, a cautela em Nova York e a indefinição das medidas fiscais podem dificultar uma recuperação do Ibovespa, que fica sensível também a uma série de balanços, como os da CSN Mineração e Raízen. O ADR da Petrobras subia 0,36% às 7h15 em meio ao avanço do petróleo, enquanto o da Vale ganhava 0,50%, apesar da queda do minério de ferro hoje, após sua ação cair 2,27% nos últimos três pregões na B3.
*Agência Estado