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Mercados financeiros hoje: dados de emprego nos EUA direcionam apostas para corte de juros

Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, minimizou a chance de uma redução de juros nos EUA em março

Celular com gráfico de ações: recompras aumentaram 22%, atingindo US$ 1,31 trilhão em 2022. Foto: Wance Paleri/ Unsplash
Celular com gráfico de ações: bom momento da bolsa deve continuar. Foto: Wance Paleri/ Unsplash

O relatório de emprego dos Estados Unidos de janeiro, o payroll, é o principal indicador da agenda econômica nesta sexta-feira. São esperados também a pesquisa da Universidade de Michigan sobre o sentimento e as expectativas de inflação dos consumidores americanos e, no Brasil, o resultado da produção industrial em dezembro. O presidente Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participam do anúncio de investimentos na obra do Túnel Submerso Santos-Guarujá e da comemoração pelos 132 anos do Porto de Santos. Lula também irá à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, onde será lançado o novo ciclo de investimentos da montadora no Brasil.

Exterior repercute balanços e aguarda payroll

Os juros dos Treasuries sobem, em recuperação das perdas na véspera após o balanço do New York Community Bancorp reacender cautela sobre bancos regionais nos EUA e diante da espera pelo relatório do payroll. A expectativa é de criação de 185 mil vagas em janeiro, ante 216 mil em dezembro, e o resultado ajustará as apostas sobre o momento de início de corte de juros no país. Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, minimizou a chance de uma redução em março.

Os índices futuros em NY ampliam ganhos da véspera, mas o Dow Jones hesita e ronda a estabilidade e o Nasdaq é o destaque, depois de balanço trimestral da Amazon superar previsão de lucro e de a Meta anunciar pagamento de dividendos pela primeira vez na história. Às 6h29, a Meta saltava 16,3% no pré-mercado e a Amazon subia 6,3%, enquanto a Apple mostrava queda de 2,5%, afetada por queda nas vendas na China, embora com lucro acima da previsão dos analistas.

O petróleo sobe, se recuperando parcialmente das perdas de mais de 2% ontem, quando circularam rumores não confirmados de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Na China, as bolsas recuaram. Segundo a analista do Maybank Sonija Li, investidores na China provavelmente estão reduzindo posições antes do feriado do ano novo lunar, que terá início em 9 de fevereiro e se estenderá por uma semana, visto que recentes medidas de estímulos anunciadas por Pequim não foram suficientes para melhorar o sentimento nos mercados.

No Brasil, mercado deve acompanhar bolsas internacionais

O Ibovespa pode se beneficiar do apetite por risco nas bolsas internacionais antes do payroll dos EUA, mas a queda de 2,23% do minério de ferro na China é contraponto e pode pesar também nas ações da Vale em meio à chance de o seu conselho de administração adiar uma decisão sobre a sucessão na mineradora. Também uma leve alta do petróleo pode apoiar os papeis da Petrobrás. Mas a alta da curva de Treasuries tende a afetar os ajustes dos juros futuros e do dólar, embora a queda da moeda americana ante algumas emergentes pares do real, como peso mexicano, possa aliviar a precificação no mercado de câmbio.

Os dados de produção industrial devem ser monitorados em meio a expectativas de desaceleração do crescimento para 0,2% em dezembro, após 0,5% em novembro, porém, com queda de 0,5% na comparação anual, após ter subido 1,3% em novembro na mesma métrica.

Os investidores devem ainda acompanhar a participação do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento em Santos (SP). Nesta semana, Lula e o governador paulista, Tarcísio de Freitas, firmaram os termos de um acordo para cooperação conjunta da obra do Túnel Submerso Santos-Guarujá. O projeto, que é o maior na carteira do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), está orçado em R$ 6 bilhões. Cada um dos entes entra com R$ 3 bilhões.

*Agência Estado