Mercados financeiros hoje: dados de inflação dos EUA ficam no foco
Investidores também acompanham discursos de dirigentes de Fed
O destaque desta quinta-feira, última sessão de fevereiro, é a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, a medida favorita de preços do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Além disso, três dirigentes do Fed discursam: Raphael Bostic, de Atlanta; Austan Goolsbee, de Chicago; e Loretta Mester, de Cleveland. Na Alemanha, será revelado o índice de preços ao consumidor (CPI) de fevereiro. A agenda local traz a Pnad contínua, com a taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em janeiro. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, participa de reunião do G20 em São Paulo. Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de reuniões do G20 e se encontra com o presidente do Fed, Jerome Powell.
Exterior digere possibilidade de Fed demorar mais para cortar juros
Os juros dos Treasuries renovavam máximas em toda curva mais cedo e os longos avançam antes da divulgação do PCE de janeiro, após tanto o CPI quanto o PPI de janeiro dos EUA, que medem preços ao consumidor e ao produtor, terem vindo acima da expectativas, e o relatório de emprego, o payroll, também ter vindo mais forte no mês passado. Esses dados levaram o Fed a sinalizar que não tem pressa de começar a reduzir juros. O CME Group apontava há pouco 59,1% de chance de os cortes começarem em junho, de 66,8% há uma semana, ou seja, mesmo para junho a probabilidade já diminuiu.
Os futuros de Nova York operam no vermelho à espera do indicador. Já as bolsas europeias sobem, apesar de algumas informações negativas na região. As vendas no varejo da Alemanha caíram 0,4% em janeiro ante dezembro, frustrando a expectativa de analistas de avanço de 0,5%. Na Bolsa de Londres, os papéis da Anheuser-Busch InBev (AB InBev) caíam 2,23%, após a maior cervejaria do mundo divulgar queda de 33% no lucro líquido do quarto trimestre.
Cautela no exterior pode pressionar desempenho da bolsa aqui
A cautela em NY antes do PCE pode pesar no Ibovespa em meio ainda à queda do petróleo e do minério de ferro, que fechou em baixa de 0,17%, em Dalian, na China, além de balanços, como o da Ambev e Suzano. O avanço dos retornos dos Treasuries longos tendem a exercer pressão na curva de juros futuros, que olha a Pnad Contínua, mas o principal condutor para os negócios deve ser o PCE americano, além de falas de presidentes regionais do Fed. O dólar pode ficar mais volátil em dia de formação da Ptax de fevereiro.
No radar fica a notícia de que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), informou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve encaminhar até o fim de março as propostas de regulamentação da reforma tributária. E o projeto de lei da reoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia entrou ontem no sistema da Câmara dos Deputados.
*Agência Estado