Mercado

Mercados financeiros hoje: decisões do Fed e Copom ficam no foco

Nesta segunda-feira, investidores brasileiros se atentam também a dados fiscais e da dívida do governo

Os destaques da semana nos mercados são as decisões de política monetária do Banco Central do Brasil, Federal Reserve (Fed) nos EUA, Banco do Japão (BoJ) e Banco da Inglaterra (BoE). O presidente do Fed, Jerome Powell, concederá coletiva de imprensa após o encontro. O relatório de empregos dos EUA, o payroll, e os PMIs industrial do país, da China e de países europeus serão acompanhados também, além de inúmeros balanços, como os das big techs Apple, Microsoft, Meta, Intel. Nesta segunda-feira, dados fiscais e da dívida do governo brasileiro em junho serão analisados pelos investidores, enquanto aguardam o relatório de produção e vendas da Petrobras do segundo trimestre, no início da noite. Ainda, estão previstos o detalhamento do corte de R$ 15 bilhões nos gastos públicos, em decreto previsto para amanhã, os números do Caged e da Pnad Contínua e resultados trimestrais de Telefônica (Vivo), Gerdau e Ambev, entre outras empresas de capital aberto.

Exterior

Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem altas moderadas, estendendo ganhos de Wall Street na sexta, com investidores aguardando balanços, decisão do Fed e o payroll, enquanto monitoram os desdobramentos da disputa presidencial nos Estados Unidos. A expectativa para a decisão do Fed é de manutenção de juros agora, após a inflação benigna em junho consolidar apostas em início de corte de juros em setembro e em montante de 75 pontos-base neste ano. Os retornos dos Treasuries têm leves baixas, e o dólar sobe levemente ante euro e libra, mas tinha viés de alta frente o iene, que vinha ganhando força pela possibilidade de elevação das taxas de juros pelo Banco do Japão (BoJ) nesta semana.

No caso do Banco da Inglaterra (BoE), na quinta-feira (01), há dúvidas sobre o se o BC britânico reduzirá juros ou não. Enquanto aguardam esses eventos, as bolsas europeias sobem majoritariamente de olho em resultados corporativos na região. Ações da Philips saltavam 10,5% em Amsterdã, após a empresa holandesa de eletrônicos agradar com seu último balanço trimestral. Por outro lado, também na capital da Holanda, a da Heineken tombava 7,8% após a cervejaria sofrer um inesperado prejuízo na primeira metade deste ano.

Na Venezuela, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou na madrugada desta segunda-feira a vitória de Nicolás Maduro na eleição presidencial no país. O resultado é contestado pela oposição, que diz não ter tido acesso a 70% das atas eleitorais do país. “A Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzaléz”, declarou María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, afirmando que González obteve 70% dos votos e Maduro, 30%, diferentemente dos dados divulgados pelo CNE, que apresentaram Maduro vencedor com 51,2% dos votos contra 44,2% do opositor. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que o país tem “sérias preocupações” sobre o resultado anunciado da eleição presidencial da Venezuela. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou sobre o controvertido resultado. O petróleo recua por cautela sobre a demanda, após subir durante a madrugada por preocupações sobre possível guerra entre Israel e Hezbollah.

Brasil

O ambiente positivo nas bolsas em Nova York pode amenizar o impacto da queda do minério de ferro na China (-0,06%) e do petróleo no Ibovespa e ações de Vale e Petrobras, antes do relatório de produção e vendas da estatal no fim do dia. Investidores devem repercutir ainda o déficit do setor público, enquanto esperam pelo detalhamento do corte de R$ 15 bilhões nos gastos públicos, em decreto previsto para amanhã. Na sexta, o Ibovespa absorveu a melhora externa e subiu 1,22%, aos 127.492,49 pontos, praticamente zerando as perdas da semana passada (-0,10%) após reação positiva ao balanço da Vale.

Nos juros futuros, houve queda no dia, incorporando o cenário externo, mas alta na semana, com a surpresa inflacionária local reaquecendo apostas de alta da Selic neste ano. Para a decisão do Copom, é unânime a visão de que a taxa Selic permanecerá em 10,50% ao ano. No câmbio, é possível maior volatilidade em semana de fechamento de Ptax de julho na quarta, mantendo atenção na questão fiscal, que tem pressionado o real, bem como aparente desmonte de operações de carry trade com divisas latino-americanas em meio à apreciação recente do iene por especulações de ala de juros nesta semana pelo BoJ. O dólar à vista terminou na sexta em R$ 5,6579, alta de 0,18% no dia e de 0,96% na semana passada.

*Agência Estado

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