Mercado

Mercados financeiros hoje: exterior adota cautela em semana cheia

Atenções na semana se concentram em falas de Powell, números de emprego nos EUA e decisão sobre juros na Europa

Volatilidade
O perfil do investidor define o quanto ele sabe sobre o mercado e sua disposição a encarar volatilidade

As atenções nesta semana estarão voltadas mais para a forte agenda do exterior que traz discursos do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, Livro Bege, decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e o relatório oficial de empregos (payroll) dos Estados Unidos. Na China haverá Congresso Nacional do Povo e números da inflação. No Brasil, a agenda traz nota do setor externo, produção industrial, balança comercial, IGP-DI e o resultado do setor público consolidado. Hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, faz palestra na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), às 10h30, e participa, por videoconferência, de entrevista coletiva sobre a Lista de Prioridades da Diretoria de Regulação em 2024, às 14h30.

Exterior aguarda sinais sobre juros nos EUA e Europa

As bolsas mostram pouca tração no exterior, com investidores à espera de discursos de Powell, decisão do BCE e o payroll para balizar as apostas sobre a trajetória dos juros nos Estados Unidos e zona do euro. A diretora do Fed, Adriana Kugler, disse na sexta-feira que está confiante quanto à queda da inflação nos Estados Unidos, mas afirmou que é preciso cautela e seguir monitorando o progresso de dados econômicos para tomar suas próximas decisões. Para o BCE, a expectativa é que a autoridade monetária deixe seus principais juros inalterados pela quarta vez seguida, uma vez que a inflação na zona do euro segue bem acima da meta oficial, que é de taxa de 2% no médio prazo. Por outro lado, o BCE também deverá reduzir projeções de inflação, em um aceno a eventuais cortes de juros mais adiante. O movimento de baixa no mercado futuro em NY ocorre também após as bolsas terem fechado na sexta-feira com ganhos generalizados e novas máximas históricas do Nasdaq e do S&P 500, em meio ao otimismo com o desenvolvimento da inteligência artificial (IA).

Brasil tem semana mais fraca de indicadores

Assim como no exterior, os ativos locais podem ter fôlego limitado em dia de agenda mais fraca, mas Campos Neto fica no foco, com investidores em busca de mais sinais sobre o tamanho do ciclo de afrouxamento monetário. Campos Neto disse no fim de semana que o governo tem condições de entregar um déficit fiscal menor do que a atual projeção do mercado, de 0,7% e 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. “Estou otimista em relação ao que o mercado está achando”, afirmou. Campos Neto destacou que o BC e o governo estão “na mesma missão” de chegar a juros mais baixos, e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já falou que reduzir o déficit contribuiria para isso. No Congresso, ainda com impasses na definição para as presidências das comissões da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), abriu mão de pautar temas mais relevantes em plenário para resolver as divergências até o começo deste mês. Ficaram travadas votações como a da proposta que amplia a isenção para templos religiosos e o projeto do combustível do futuro, que faz parte da “agenda verde” do governo. As mudanças passam tanto pela articulação do governo, que quer tirar os principais colegiados das mãos da oposição liderada pelo PL, quanto pelas emendas de comissão, que terão valor turbinado em 2024, de R$ 11 bilhões, maior que os R$ 7,6 bilhões de 2023.

*Agência Estado