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Mercados financeiros hoje: exterior exibe cautela com dados da Europa e China, antes de agenda cheia nos EUA

No Brasil, discussões entre governo e Congresso sobre a reoneração seguem no foco

Linhas azuis e verdes que dão sensação de movimento do mercado.
Gráfico de linhas. FOTO: ADOBE STOCK

Dados de vendas no varejo no Brasil e nos Estados Unidos e de produção industrial americana serão publicados nesta quarta-feira, além do relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e o Livro Bege do Federal Reserve. Discursos de três dirigentes do banco central americano e da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, devem orientar os negócios também ao longo do dia.

No exterior, mercado ajusta apostas sobre trajetória de juros nos EUA

O sentimento de aversão a risco persiste lá fora e as bolsas voltam a cair após dados decepcionantes da China e com preocupações renovadas com a esperada trajetória de queda dos juros nos EUA e Europa. Em Nova York, os juros dos Treasuries operam mistos e o dólar perdeu força ante rivais após subir mais cedo ecoando o discurso do diretor do Fed, Christopher Waller, sinalizando que a autoridade monetária fará três cortes de 25 pontos-base na taxa básica até dezembro, bem menos do que o mercado precifica atualmente. A curva futura passou a embutir menor chance de o Fed começar a cortar juros em março, conforme indicou a plataforma de monitoramento do CME Group, e a hipótese de haver sete cortes em 2024 perdeu força e o cenário de seis reduções passou a ser o mais provável.

O euro ampliou ganhos levemente ante o dólar após confirmação de que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro acelerou a 2,9% em dezembro, como havia sido estimado preliminarmente. A libra se fortaleceu ante o dólar após CPI do Reino Unido vir acima das expectativas, reduzindo as chances de eventual relaxamento da política monetária do Banco da Inglaterra (BoE).

Na Ásia, os investidores ficaram mais na defensiva, após o Produto Interno Bruto (PIB) da China apontar expansão anual de 5,2%, em linha com a previsão de analistas consultados pela FactSet, porém, abaixo do consenso do The Wall Street Journal (+5,6%) e da Reuters (+5,3%). Em paralelo, a produção industrial chinesa avançou acima do esperado em dezembro, mas as vendas no varejo decepcionaram assim como as vendas de moradias recuaram 6% em 2023, ante queda anual de 4,3% observada entre janeiro e novembro.

No Brasil, discussões sobre a reoneração seguem no foco

O quadro externo negativo tende a ser replicado no mercado local bem como a ampliação das perdas do petróleo para mais de 2% nesta manhã deve pesar no Ibovespa e nas ações da Petrobras. O minério de ferro também caiu 0,75% em Dalian, na China, e sugere pressão sobre os papéis da Vale diante da cautela com a economia chinesa. Os mercados de juros e de câmbio devem ser influenciados ainda pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries e do dólar em meio às avaliações de indicadores do dia, como as vendas no varejo restrito e ampliado no País, cuja expectativa é de crescimento em novembro após quedas em outubro.

As discussões sobre a reoneração da folha de pagamentos seguem no foco. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o encontro que terá com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nesta quinta-feira, como importante para qualquer tomada de decisão, após já ter se reunido com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Haddad afirmou ainda que Pacheco tem a intenção de reunir a equipe econômica e os líderes do Congresso já na primeira semana de retorno, em 5 de fevereiro, após o recesso parlamentar. A expectativa é de que neste primeiro semestre do ano avancem os projetos de lei que regulamentam a reforma tributária aprovada no fim do ano passado e propostas que criam regras para o uso da inteligência artificial, às vésperas das eleições para prefeitos e vereadores.

*Agência Estado