Mercado

Mercados financeiros hoje: exterior mostra cautela após rali; no Brasil, fiscal segue no foco

Hoje será divulgado por aqui o 4º Relatório Bimestral de Receitas e Despesas

O fiscal é destaque no Brasil, principalmente por conta da divulgação nesta sexta-feira do 4º Relatório Bimestral de Receitas e Despesas. No início da noite, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará uma palestra sobre os desafios da economia e as perspectivas da política no Brasil na Universidade de São Paulo (USP). No exterior, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, discursa em evento do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Exterior

Os índices de ações do Ocidente se ajustam nesta manhã após o entusiasmo da véspera e podem ter maior volatilidade em dia de vencimento triplo nas bolsas americanas. Por lá, o Dow Jones e S&P 500 renovaram ontem recordes históricos depois do otimismo com o primeiro corte de meio porcentual nos juros do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira. Apesar disso, o Deutsche Bank ainda vê sinais preocupantes: “em particular, a curva continua a precificar um ritmo de cortes mais agressivo do que o implícito no gráfico de pontos do Fed”, pontua. Os juros dos Treasuries têm variações modestas. Estrategistas do Société General recomendam uma maior exposição à ponta curta da curva, pois acreditam que a força dos dados econômicos recentes dos EUA argumentam a favor de uma taxa terminal mais alta.

Na Europa, investidores ainda avaliam a queda do índice de preços ao produtor alemão em agosto, acima do previsto, e o avanço acima do esperado nas vendas do varejo no Reino Unido no mês passado. Também do outro lado do Atlântico, o iene se enfraquece em relação ao dólar, após o Banco do Japão (BoJ) deixar seus juros inalterados, em linha com o previsto. O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, reforçou que a política monetária continuará sendo apertada se os dados evoluírem conforme o esperado, mas indica que quer mais tempo para analisar a evolução do cenário. A maioria das bolsas asiáticas fechou em alta, mas algumas chinesas cederam após o Banco do Povo da China (PBoC) deixar inalteradas suas principais taxas de juros.

Brasil

O viés de baixa no pré-mercado de ações norte-americano nesta manhã e do petróleo pode empurrar o Ibovespa para baixo pelo quarto pregão seguido, a despeito da alta de 0,15% do minério de ferro na China. Aliás, o banco central chinês decepcionou alguns no mercado ao manter suas principais taxas de juros no nível atual apesar dos sinais de enfraquecimento da economia. O Índice Bovespa ainda pode operar com volatilidade por conta de fatores técnicos em Nova York e pelo vencimento de opções sobre ações na B3.

Na Bolsa, nos juros e no dólar os investidores ficarão atentos ao noticiário fiscal, em dia da divulgação do 4º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas pelo governo. Ao Broadcast, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que o documento consolidará “de vez” o cenário para o cumprimento da meta fiscal de 2024. A expectativa de uma Selic perto dos 12% no final deste ano, incertezas nos Estados Unidos e sinais de bancos centrais europeus, japonês e chinês mais cautelosos também tendem a deixar os ativos sem muita direção.

*Agência Estado