Mercados financeiros hoje: exterior mostra cautela; Campos Neto é destaque local
Semana tem indicadores importantes no Brasil e Estados Unidos
A semana traz uma agenda importante, com dados do setor externo, do PIB brasileiro do terceiro trimestre, IGP-DI e dados do setor público consolidado de outubro, além da votação no Senado do projeto que regulamenta as apostas esportivas e da Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conduz hoje a LiveBC, faz palestra em seminário promovido pelo Coaf e recebe representantes da Fitch Ratings e da Secretaria do Tesouro Nacional para abertura da Missão de Avaliação de Risco Soberano da Fitch Ratings.
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Lá fora, destaque para vários dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos (EUA), como o relatório payroll, e os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) americano, da China, zona do euro e Alemanha. A Presidente do BCE, Christine Lagarde, discursa. Em seu segundo dia de visita a Berlim, além de reuniões de trabalho com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente, Frank-Walter Steinmeier, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontra parlamentares no Senado alemão e participa um evento com representantes de empresas dos dois países.
No exterior, mercado mostra cautela
Os mercados de ações adotam cautela, com perdas leves entre os futuros de Nova York e na Europa, após ganhos na sexta-feira com um otimismo de que o Banco Central Europeu (BCE) já concluiu o ciclo de altas de juros e de discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. Apesar de não ter descartado mais aperto, Powell disse que o BC americano não precisa agir com “pressa” e que a inflação parece estar “na direção correta”.
A curva futura indica chance majoritária de o Fed começar a reduzir a taxa básica já em março e entregar 1,25 ponto porcentual em cortes acumulados até o fim de 2024, conforme plataforma de monitoramento do CME Group. Os juros dos Treasuries e o dólar sobem, após recuarem na sexta-feira sob efeito de Powell. Já no período de silêncio dos dirigentes do Fed, que anunciam decisão de juros no próximo dia 13, a agenda de hoje é modesta, com dado de encomendas à indústria dos EUA. O euro ganha força em meio à espera de novas declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde.
No Brasil, investidores de olho em falas de Campos Neto
Os investidores devem repercutir na abertura o boletim Focus e os dados do setor externo, enquanto aguardam Campos Neto à tarde e monitoram o presidente Lula em Berlim em meio aos sinais mistos dos ativos financeiros no exterior. Na sexta-feira, Campos Neto defendeu que o ritmo de cortes de 0,50 ponto segue apropriado, diante do comportamento da inflação corrente, do hiato da atividade e das expectativas de inflação. “Com as variáveis que temos na mão, ainda precisamos de juro em campo restritivo”, afirmou.
O dólar e os rendimentos dos Treasuries em alta podem dar tração aos mercados de câmbio e de juros, depois das perdas na sexta-feira na esteira de Powell e do recuo do petróleo à medida que os mercados continuam céticos de que a promessa da Opep+ de cortar a oferta em mais 1 milhão bpd será cumprida.
No radar local fica também a votação do projeto de lei de taxação das apostas esportivas, cuja data será definida após a volta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao Brasil, prevista para quarta-feira, 6.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), criticou neste domingo, 03, a fala do presidente Lula na COP-28, que admitiu a provável derrubada do veto ao marco temporal para demarcação de terras indígenas como exemplo de “raposa tomando conta do nosso galinheiro”.
“Temos um presidente que criminaliza a representatividade máxima da população brasileira, os deputados federais e senadores, responsáveis pela construção de legislações íntegras e que promovam a liturgia de direitos iguais, da segurança jurídica e do direito de propriedade, em que o direito de um brasileiro, indígena ou não, não se sobrepõe ao outro”, afirma nota divulgada pela Frente Parlamentar da Agropecuária.
*Agência Estado
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