Mercado

Mercados financeiros hoje: exterior mostra tom positivo em meio a dados de atividade

Semana também tem decisão sobre juros na Europa e relatório de emprego nos EUA

Empresária olhando bolsa de valores
Empresária olhando bolsa de valores

A primeira semana de junho deve ser marcada nos mercados pela reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que poderá fazer o primeiro corte de juros desde 2019 na zona do euro. Também a publicação do relatório de empregos dos Estados Unidos, o payroll, de abril, é muito aguardada, após a inflação do PCE de abril reforçar a percepção de possível flexibilização neste ano. No Brasil, o destaque do calendário econômico é o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do 1º trimestre, além de dados de produção industrial e da balança comercial.

Exterior

As bolsas europeias sobem com as expectativas de que o BCE poderá iniciar o corte de juros, de 25 pontos-base, a 3,75% ao ano, nesta semana, após dados de atividade na região que não comprometem essa possibilidade. O euro teve mínimas intradia mais cedo ante o dólar, reagindo ao PMI industrial da zona do euro, que subiu em maio, mas ficou um pouco abaixo da leitura inicial.

O petróleo passou a cair, após avançar mais cedo na esteira da Opep+, que anunciou um acordo provisório que prevê a extensão dos cortes vigentes na produção de petróleo até o mês de setembro e estender as restrições coletivas até 2025.

Em Nova York, os índices futuros de ações, os juros dos Treasuries e o dólar ante outras divisas principais estão sem direção única, com os investidores no aguardo hoje das leituras do PMI industrial dos EUA e, na semana, pelo relatório de emprego, o payroll. Na última sexta, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de abril veio em linha com esperado e renovou a esperança de que o FFederal Reserve (Fed) abrirá o ciclo de relaxamento monetário em setembro.

Já as bolsas na China recuaram após dados divergentes do setor de manufatura. Pesquisa da S&P Global/Caixin mostrou que o PMI industrial chinês subiu para 51,7 em maio, atingindo o maior nível em quase dois anos e contrastando com o PMI oficial de manufatura da China, que ficou abaixo de 50 no mês passado, o que indica contração no setor.

Brasil

Os ganhos moderados nas bolsas internacionais podem amenizar pressão de baixa no Ibovespa e ações de Petrobras e Vale derivada das quedas do petróleo e de 2,65% do minério de ferro hoje na China. Investidores devem olhar ainda o boletim Focus, após dados de atividade e do mercado de trabalho ameaçarem piorar a desancoragem das expectativas de inflação, antes dos dados do PIB brasileiro, amanhã. Uma nova rodada de reuniões de diretores do Banco Central com economistas do mercado financeiro fica no radar.

Há perspectivas também pelo anúncio das medidas para compensar a renúncia fiscal da desoneração da folha das empresas e dos municípios, prometida pela equipe econômica para início de junho. A Receita Federal calcula que serão necessários R$ 25,8 bilhões para restituir a perda arrecadatória com a prorrogação da desoneração.

No caso da reforma tributária, o calendário estabelecido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) prevê a votação da reforma tributária no plenário da Casa pouco antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. Os sinais mistos do dólar e dos rendimentos dos Treasuries podem trazer oscilações contidas aos mercados de câmbio e juros, após a elevação das taxas futuras na sexta, quando o dólar avançou aos R$ 5,2508 (+0,81%), maior valor em 45 dias e elevação mensal de 1,13% em maio, enquanto o Ibovespa perdeu 3,04% no pior maio desde 2018.

*Agência Estado