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Mercados financeiros hoje: exterior reage a balanços; no Brasil, investidores esperam corte de gastos

Para Campos Neto, é muito difícil trabalhar com um nível de juro mais baixo sem que haja um choque positivo vindo da política fiscal

O mercado aguarda o anúncio de cortes de gastos pelo governo nos próximos dias. A agenda interna desta terça-feira é enxuta e traz a nota do setor externo de setembro. Nos Estados Unidos, destaque para o Jolts de abertura de vagas, a poucos dias do relatório oficial de emprego, o payroll, que sai na sexta-feira, além do índice de confiança do consumidor pelo Conference Board. Entre os balanços, ficam no foco o da Alphabet, controladora do Google, após o fechamento do mercado.

Exterior

Enquanto os futuros de Nova York rondam a estabilidade, as bolsas da Europa têm alta moderada, impulsionadas pelo setor bancário, após o resultado do banco britânico HSBC, que superou as estimativas. Há pouco, a ação do HSBC subia 4,09% na Bolsa de Londres. O subíndice do setor bancário pan-europeu do Stoxx 600 ganhava 1%. O movimento se dá apesar da queda das ações do Santander, na Bolsa de Madri, após decepção com a receita, e a da petrolífera BP, em Londres. As ações da Lufthansa também caíam após o balanço, mas a Bolsa de Frankfurt opera no azul, após a confiança do consumidor vir acima da previsão. A reta final da eleição presidencial nos EUA também segue no radar. Investidores estão quase uniformemente esperando uma vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, diante do ímpeto do republicano nas pesquisas, diz o Citi, em relatório.

Brasil

O Ibovespa pode ter fôlego limitado pelo movimento em Nova York, onde os índices futuros operam estáveis. O ETF brasileiro EWZ mostrava estabilidade perto das 7h30 no pré-mercado em NY. Antes de começar o período de silêncio de uma semana pré-Copom, o investidor fica atento aos comentários feitos mais cedo pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele disse há pouco que é muito difícil trabalhar com um nível de juro mais baixo, sem que haja um choque positivo vindo da política fiscal. Campos Neto pontuou que a inflação parou de convergir no curto prazo e que as expectativas à frente estão desancoradas, o que tem preocupado o BC. O mercado processa também resultado do balanço do Santander Brasil, cujo lucro líquido subiu 34,3% em um ano, o segundo maior lucro do grupo, além dos números da produção da Petrobras no terceiro trimestre.

*Agência Estado