Mercados financeiros hoje: exterior tem ajuste antes de CPI dos EUA, investidor local foca em BC e Petrobras
Com agenda esvaziada nesta terça-feira, mercado trabalha à espera de dados de amanhã
O destaque da enxuta agenda econômica desta terça-feira é a premiação Top 5 da pesquisa Focus de 2023, em uma cerimônia com a abertura do presidente do BC, Roberto Campos Neto, além de três mesas redondas presididas por diretores da instituição e com a participação de representantes das instituições premiadas, em São Paulo. Também estão previstos o boletim Focus, leilões de venda de títulos pós-fixados do Tesouro e, nos Estados Unidos, o FMI publica trechos do relatório Perspectivas da Economia Mundial, sobre mercados emergentes do G20 e riscos cibernéticos à estabilidade macrofinanceira.
Exterior
Os juros dos Treasuries e o dólar ante outras moedas principais mostram alívio e podem continuar tendo ajustes técnicos, enquanto os índices futuros em Nova York e as bolsas europeias oscilam sem direção única, com fôlego curto. Sem indicadores relevantes hoje, investidores mantêm um compasso de espera pelos dados da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA e à ata de política monetária do Federal Reserve (Fed), que serão conhecidos amanhã (10). O CPI deve orientar as apostas sobre o momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode começar a reduzir seus juros básicos e sobre o ciclo total neste ano.
Desde a divulgação de números acima do esperado de geração de vagas e do avanço dos salários em março, na sexta-feira, as expectativas para o primeiro corte estão pendendo mais para julho e há divisão das apostas também sobre o montante total da flexibilização, se 0,75 ponto porcentual (pp) ou 0,50 p.p.. A alta do petróleo e de 5,63% do minério de ferro em Dalian traz pressão de baixa ao dólar, ao estimular a demanda por moedas consideradas mais arriscadas, como as europeias e as emergentes e ligadas a commodities, que sobem por enquanto.
Na Ásia, há também um compasso de espera pelos números mensais da inflação na China, nesta quarta-feira, e a Bolsa de Taiwan liderou ganhos na região, puxada pela ação da Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC), após o maior fabricante de chips do mundo garantir subsídios de até US$ 6,6 bilhões do governo dos EUA para um complexo fabril que está em construção em Phoenix, no Arizona.
Brasil
A alta de commodities deve renovar o fôlego do Ibovespa e das ações da Vale e Petrobras, que vêm ensaiando recuperação de perdas recentes, apesar do impasse sobre a gestão da estatal e a distribuição de dividendos extraordinários, que segue no foco do investidor. Os ativos brasileiros negociados em Nova York nesta manhã sugerem abertura positiva do mercado de ações local. O principal fundo de índice (ETF) brasileiro negociado em Nova York, o EWZ, subia 0,49% às 7h10, indicando ganho moderado para o mercado à vista. O ADR da Petrobras ganhava 1,09% no pré-mercado, enquanto o ADR da Vale avançava 1,36%. O recuo dos juros dos Treasuries e da divisa americana pode aliviar também os ajustes nos mercados de câmbio e de juros, que devem monitorar Campos Neto e os outros diretores que participam do evento do BC em São Paulo, em meio a expectativas pelo IPCA de março, amanhã.
*Agência Brasil