Mercado

Mercados financeiros hoje: exterior tem alívio de olho em Irã e antes de Powell

No Brasil, investidores concentram atenções na meta fiscal

Sem a declaração de uma guerra total entre Irã e Israel, os mercados adotam certo alívio nesta segunda-feira, mas sem abandonar a postura de alerta, enquanto aguardam indicadores econômicos e discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, entre outros dirigentes da instituição, do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra. As reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington, ficam no centro das atenções, além de balanços trimestrais, como dos bancos Goldman Sachs e Bank of America (BofA) e das empresas United Health, Netflix e TSMC, a gigante de semicondutores de Taiwan. No Brasil, a equipe econômica divulga hoje o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lança programas para estimular o mercado de crédito e os assentamentos de agricultores. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, faz palestra em Nova York. Ainda nos próximos dias são esperados o IGP-10 e o IBC-BR.

Exterior

Sinais de que Irã e Israel evitam entrar em conflito direto, após os ataques iranianos lançados contra território israelense no fim de semana, abrem espaço para queda dos contratos futuros do petróleo nesta segunda-feira, com o barril do Brent abaixo de US$ 90, embora na semana passada tenha acumulado queda de 0,79%, diante da resiliência da inflação dos EUA, após dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano em março surpreenderem para cima. Sem uma escalada no conflito no Oriente Médio, os juros dos Treasuries sobem, após caírem na sexta-feira por aversão a risco, e os índices futuros das bolsas de Nova York sugerem recuperação, enquanto o dólar recua ante euro e libra com investidores na expectativa por dados econômicos americanos hoje, incluindo as vendas no varejo, balanço trimestral do Goldman Sachs e comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Na sexta, em meio à tensão geopolítica, a chance de corte de juro pelo Fed até julho voltou a ser majoritária (54,3%). Na Europa, não há uma direção única nas Bolsas, com investidores acompanhando os desdobramentos do conflito entre Irã e Israel e após o resultado da produção industrial da zona do euro, que subiu 0,8% no confronto mensal de fevereiro, como era previsto, após cair 3% em janeiro. Na Ásia, a bolsa chinesa de Xangai driblou o mau humor na região e subiu mais de 1%, reagindo à divulgação das novas diretrizes de Pequim para os mercados de capitais que enfatizam a proteção a investidores. Porém, a bolsa de Shenzhen caiu à medida que o banco central chinês, conhecido como PBoC, manteve a taxa da linha de empréstimo de médio prazo em 2,5%, sugerindo que seus juros principais também ficarão inalterados.

Brasil

A melhora do humor em Nova York e medidas chinesas de proteção a investidores em ações podem apoiar uma recuperação do Ibovespa, após cair aos 125.946,09 pontos (-1,14%) na sexta-feira, a menor cotação desde 7 de dezembro e acumulando perda semanal de 0,67%. A valorização de 2,18% do minério de ferro também é notícia positiva para os papéis da Vale, mas a queda do petróleo serve de contraponto e deve pesar em Petrobras em meio a notícias relacionadas ao conselho de administração da estatal. Contudo, a elevação dos rendimentos dos Treasuries tende a puxar a curva de juros futuros e limitar os ajustes das ações, enquanto o dólar mais fraco frente euro, libra e divisas emergentes pares do real sugere alívio ao mercado de câmbio, onde o dólar à vista subiu até R$ 5,1482 na sessão anterior, mas fechou aos R$ 5,1212 (+0,60%), com salto na semana de 1,10%.

No radar hoje fica o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025 e a expectativa é para a mudança da meta fiscal a ser seguida no próximo ano prevista no novo arcabouço fiscal – que é de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Discussões apontam até agora para um número entre resultado primário zero e superávit de até 0,25% do PIB – repetindo a meta estipulada para este ano. O governo federal tem visto a agenda focada em aumento de arrecadação federal perder força daqui para frente.

*Agência Estado