Mercados financeiros hoje: exterior tem fôlego contido antes de inflação dos EUA e Brasil aguarda Copom
Expectativa de investidores é de aceleração no aumento da taxa básica de juros pelo Copom, do Banco Central
Por Maeli Prado
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) se destaca na reduzida agenda econômica desta quarta-feira. A divulgação dos dados de serviços no País concentra as atenções nas próximas horas. Também serão acompanhadas a evolução do quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as negociações do pacote fiscal na Câmara.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa da posse dos ministros Vital do Rêgo e Jorge Oliveira, nos cargos de presidente e vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). Investidores vão repercutir ainda o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, último indicador crucial para a tomada da decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na próxima semana.
Exterior
Os ativos financeiros americanos têm altas limitadas antes do CPI dos EUA, que deve acelerar à taxa anual de 2,7% no mês passado, segundo a mediana das estimativas dos analistas. O dólar avança ante as moedas europeia e saltou ante o yuan, com relatos de que o governo chinês estuda permitir o enfraquecimento da divisa em 2025 para conter os efeitos de aumento esperado das tarifas sob a gestão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Também há expectativas de estímulos econômicos na China e pelas decisões de juros do Banco Central Europeu (BCE), amanhã, e dos Bancos da Inglaterra, do Japão e do Fed, na próxima semana. No CME Group nos EUA, atualmente as apostas para um corte menos agressivo, de 25 pb, são majoritárias e giram em torno de 86,1%, enquanto para a manutenção é de 13,9%. As bolsas europeias têm ímpeto limitado antes da reunião do BCE, que deve cortar em 25 pontos-base os juros amanhã. Para o TD Securities, o foco nos mercados se voltará para a linguagem da presidente Christine Lagarde, após a decisão.
Brasil
O Ibovespa pode ter dificuldade para subir, após dois dias de alta. O EWZ operava estável no pré-mercado por volta das 7h30. O investidor foca nos dados de serviços, que devem mostrar expansão de 0,5% em outubro e alta de 5,5% na comparação anual, com pressão inflacionária no setor. A curva de juros e o câmbio podem reagir à alta dos retornos dos Treasuries, mantendo o cenário fiscal no foco.
O Copom deve elevar a Selic hoje, com a maioria das instituições prevendo alta de 75 pontos-base, mas cresce a chance de 100 pontos base. O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que o pacote de contenção de gastos enfrenta resistência, mas pode ser votado ainda nesta semana. Relatores foram designados para projetos sobre gatilhos fiscais e limitação do aumento real do salário mínimo. O governo estuda ajustes no projeto do BPC.
*Agência Estado
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