Mercado

Mercados financeiros hoje: exterior tem sinais mistos pós-Fed

No Brasil, investidores devem repercutir dados sobre o varejo

A leitura de maio da inflação ao produtor (PPI) dos EUA e os pedidos semanais de auxílio-desemprego orientam as expectativas dos mercados nesta quinta-feira. Serão monitorados também o presidente do Fed de Nova York, John Williams, que modera conversa com a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, e os desdobramentos da Cúpula do G7 na Itália. Atenções ficam ainda nas vendas do varejo restrito e ampliado no Brasil.

Exterior

Os índices futuros das bolsas de Nova York operam sem direção única, com o Dow Jones voltando ao território negativo e o Nasdaq, que concentra as empresas de tecnologia, liderando ganhos. A ação da Tesla avançava 6,5% no pré-mercado, após Elon Musk dizer que está prestes a ganhar a aprovação de acionistas da montadora de veículos elétricos a uma polêmica proposta de pacote salarial e de mudança do domicílio corporativo da empresa. Destaque também para as ações da fabricante de chips Broadcom, que saltavam 13,5%, após a empresa superar expectativas de lucro e receita em balanço divulgado no fim da tarde de ontem.

Os juros dos Treasuries estendem perdas da véspera e o dólar sobe ante algumas divisas principais, com investidores no aguardo ainda de novos dados da inflação ao produtor (PPI) dos EUA, um dia após o CPI americano vir abaixo do esperado e do Federal Reserve manter os juros inalterados pela sétima vez seguida à faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, o maior patamar em 20 anos, como amplamente esperado. Em comunicado após o encontro, a autoridade monetária sinalizou que pode haver somente um corte na taxa neste ano, ante a previsão de até três reduções no começo de 2024.

Além disso, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o CPI foi “encorajador”, mas que precisa ver mais dados nesse sentido antes de afrouxar juro.

As bolsas europeias recuam em bloco, ecoando o Fed e pressionadas por ações de montadoras, após a União Europeia anunciar que vai impor tarifas a carros elétricos fabricados na China.

Brasil

Os sinais divergentes nos mercados acionários americanos e entre as commodities, com petróleo caindo e minério de ferro em alta de 0,93%, podem deixar o Ibovespa instável em meio à desconfiança fiscal e à percepção de perda de capital político do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de piora da relação entre o governo e o Congresso.

Ontem, apesar do alívio na curva dos Treasuries e dólar no exterior, as taxas locais e a moeda americana subiram, com dólar a R$ 5,40 e principalmente na ponta longa das taxas, com o mercado precificando o fim do corte da taxa Selic e um isolamento do ministro Fernando Haddad dentro do governo.

O presidente Lula fez declarações na direção contrária a um aperto fiscal e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu melhorar a qualidade do gasto público em vez de apoiar a pauta da Fazenda de redução efetiva de gastos como o mercado esperava.

As vendas no varejo devem ganhar atenção também, após o avanço dos serviços prestados no País de 0,5% em abril ante março, acima das projeções (+0,2%). A mediana do mercado indica crescimento de 1,6% para o varejo restrito em abril, na margem, após variação zero em março, enquanto para o varejo ampliado a mediana é de +0,3%, após -0,3%, apurou o Projeções Broadcast.

*Agência Estado