Mercado

Mercados financeiros hoje: fiscal segue no foco; exterior repercute Biden

Investidores aguardam detalhamento do contingenciamento, que deve vir hoje no relatório de receitas e despesas

Enquanto os mercados globais repercutem a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de concorrer à reeleição, os investidores locais ficam atentos à divulgação do 3º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, seguida de coletiva com os secretários de Orçamento Federal substituto, Clayton Montes; do Tesouro, Rogério Ceron; e da Receita, Robinson Barreirinhas. Ao longo da semana, o destaque é o IPCA-15 de junho, balanço da Vale e números do Governo Central. No exterior, as atenções na semana ficam no índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed), na reunião dos ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, além de balanços de gigantes como Alphabet, Visa, Tesla, Carrefour e Santander.

Exterior

O sinal é de alta nos futuros de Nova York e bolsas europeias após a desistência do presidente Joe Biden à reeleição dos Estados Unidos e ao corte de juros na China. Analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast ontem concordam que a renúncia de Joe Biden à candidatura para a reeleição como presidente dos Estados Unidos já estava em boa parte precificada nos mercados. Entre as commodities, o petróleo tem leve queda e o minério de ferro caiu 0,31% na Bolsa de Dalian, na China.

O apagão cibernético global de sexta-feira segue no radar, com a Delta Air Lines ainda cancelando voos, cerca de 11%, pelo quarto dia, por problemas de software. Os papéis da CrowStrike Holdings, empresa de segurança cibernética responsável pelo apagão, derretiam 11,10% no pré-mercado em Nova York por volta das 7 horas (horário de Brasília) após corte do preço da ação por um analista, segundo o Marketwatch. A Microsoft estima que a atualização do software de segurança da CrowdStrike afetou 8,5 milhões de dispositivos Windows, o que corresponde a “menos de um por cento de todas as máquinas que utilizam o sistema operacional”.

Brasil

Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar na última quinta-feira o bloqueio de R$ 15 bilhões para cumprimento do arcabouço fiscal neste ano, o mercado aguarda detalhamento do contingenciamento que deve vir hoje no relatório de receitas e despesas. O documento deve mostrar que a estimativa de rombo para este ano já chegava à casa de R$ 32 bilhões.

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, disse na sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou aos representantes de movimentos sociais que manterá a austeridade fiscal e as medidas de combate à inflação, ao mesmo tempo em que dá andamento aos investimentos em programas sociais. “Não há contradição entre controle da inflação e investimentos nas políticas públicas”, disse.

Técnicos do Legislativo avaliam que ao mirar o resultado primário no limite inferior do arcabouço fiscal, ou seja, em um déficit de até R$ 28,8 bilhões, a equipe econômica “queima” o primeiro seguro autorizado pelo Congresso para a obtenção do centro da meta, estabelecida em déficit zero este ano. Como mostrou o Broadcast, os R$ 3,8 bilhões do orçamento que serão contingenciados pelo governo serão suficientes apenas para colocar a projeção de resultado primário no limite inferior da meta fiscal.

*Agência Estado

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