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Mercados financeiros hoje: foco em dados fiscais, ICMS e emprego nos EUA

Exterior opera sem direção única na manhã desta quarta-feira (06/12)

Um homem olhando para várias telas de computadores e analisando gráficos
Tem dúvidas sobre qual ETF escolher?

A agenda desta quarta-feira traz o IGP-DI de novembro e os dados do setor público consolidado de outubro, além da reunião do Mercosul, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O relatório da medida provisória que trata sobre a subvenção do ICMS deve ser apresentado na comissão mista do Congresso hoje. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) pode votar o projeto de lei (PL) de privatização da Sabesp. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de dois eventos no Rio de Janeiro. Lá fora, as atenções ficam no relatório de empregos ADP dos EUA de novembro e na decisão de política monetária do Banco do Canadá.

Mercados estrangeiros sem sinal definido

Os retornos dos Treasuries operam sem direção única, com o da T-Note 2 anos em alta, enquanto os mais longos oscilam perto da estabilidade, após atingirem ontem as mínimas em três meses. Os mercados acionários sobem levemente em Nova York e na Europa e o dólar recua ante divisas principais em meio a expectativa por indicadores, como a balança comercial dos Estados Unidos e o relatório ADP de geração de vagas no setor privado do país.

Ontem, uma queda na abertura de postos de trabalho no país em outubro, apontada pelo relatório Jolts, levou a curva futura a ampliar a expectativa por cortes de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a partir de março do ano que vem, na plataforma de monitoramento do CME Group.

O euro perde força frente a divisa americana, reagindo à queda de 3,7% das encomendas à indústria da Alemanha, bem pior que a previsão dos analistas. O indicador reforça a chance de manutenção de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Os investidores analisam ainda as vendas no varejo da zona do euro.

Instável, o petróleo passou a cair, estendendo perda de cerca de 1% ontem, diante da frustração com os cortes na oferta anunciados por alguns membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Para o Swissquote, a commodity segue sob pressão de baixa e o WTI pode testar a marca de US$ 70 o barril.

No Brasil, Congresso tenta aprovar medidas ainda em 2023

Os investidores devem repercutir o IGP-DI e o resultado fiscal de outubro na abertura dos negócios em meio a um apetite por ativos de risco moderado lá fora, que pode apoiar a Bolsa. O EWZ, principal fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil negociado em Wall Street, subia 0,47% às 7h10 no pré-mercado em Nova York.

Os juros dos Treasuries ganharam um pouco de força e devem afetar os ajustes do mercado de juros, enquanto o dólar pode ficar volátil, oscilando entre margens estreitas, em manhã com quadro misto da moeda no exterior e uma demanda interna corporativa sazonal para remessas de fim de ano ao exterior.

Os investidores ficarão atentos à possível apresentação do parecer da MP da subvenção em meio a possível desconforto com o adiamento para a próxima semana da votação do Projeto de lei das apostas esportivas. Líderes de partidos da base do governo se reuniram nesta terça-feira, 5, e decidiram apresentar o relatório da medida provisória que trata sobre a subvenção do ICMS nesta quarta-feira, 6, na comissão mista do Congresso e votá-lo amanhã, 7.

Para tentar avançar com algum nível de mudança no instrumento do Juros Sobre Capital Próprio (JCP) ainda em 2023, incluído na MP da subvenção, o Ministério da Fazenda aceitou retirar da proposta a limitação da dedução a 50% do lucro tributável e o aumento de 15% para 20% na cobrança de Imposto de Renda sobre dividendos recebidos pelos acionistas.

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adiou para a próxima semana a votação do PL das apostas esportivas, que estava previsto para acontecer hoje. Pacheco ressaltou o compromisso firmado com o governo federal para que a urgência constitucional fosse retirada para viabilizar a votação de outras propostas sem que a pauta ficasse trancada.

*Agência Estado