Mercados financeiros hoje: inflação dos EUA fica no foco global
Investidor local repercute desoneração da folha e volume de serviços
A agenda desta quarta-feira traz a divulgação da inflação ao consumidor dos Estados Unidos em agosto medida pelo CPI (9h30). No Brasil, destaque para o volume de serviços do mês de julho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar investimentos do setor privado na área de transformação digital da indústria. Começa o período de silêncio do Comitê de Política Monetária (Copom), quando seus membros ficam proibidos de se manifestar sobre a conjuntura econômica. O Copom se reúne nas próximas terça e quarta-feira, dias 17 e 18, para definir a taxa Selic. O período de silêncio vai até a publicação da ata do encontro, às 8h terça-feira seguinte, dia 24.
Exterior
As bolsas internacionais operam sem direção única antes da divulgação do CPI americano. Os futuros de Nova York recuam, enquanto os rendimentos dos Treasuries renovam mínimas após o debate entre a vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, e o rival republicano, o ex-presidente Donald Trump. O rendimento da T-Note de 2 anos caiu há pouco ao menor nível desde setembro de 2022. Pesquisa da SSRS e da CNN mostrou que 63% dos eleitores consideraram Harris a vencedora do embate, contra 37% que favoreceram Trump.
Quanto ao índice de preços, o CPI, dos EUA, o indicador deve trazer ajustes nas apostas para o ciclo de corte de juros, mas não deve mudar a expectativa de corte de 25 pontos-base dos juros pelo Federal Reserve (Fed) na semana que vem. O indicador deve desacelerar à taxa anual de 2,6% em agosto, segundo o Projeções Broadcast.
O petróleo dispara mais de 2%, após o tombo de 4% da véspera. O iene se fortaleceu ao maior nível frente ao dólar nesta madrugada, após a dirigente Junko Nakagawa, do Banco do Japão (BoJ), reforçar que a autoridade monetária pretende seguir subindo juros se as condições econômicas evoluírem conforme o esperado. No Reino Unido, a produção industrial recuou 0,8% em julho ante junho, aquém do esperado por analistas, que previam alta de 0,3% no período.
Brasil
Apesar do tom negativo no mercado futuro das bolsas de Nova York, o Ibovespa pode ter um dia de ganhos, impulsionado pela disparada de mais de 2% do petróleo e de 1,09% do minério de ferro em Dalian, na China. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, subia 0,14% no pré-mercado em Nova York às 7h30. A queda dos rendimentos dos Treasuries pode aliviar a curva de juros, que reage também à pesquisa de serviços.
O governo federal não deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma prorrogação no prazo para que o Congresso Nacional e o Poder Executivo cheguem a uma solução consensual sobre a desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios, segundo apurou o Broadcast. O prazo, que já foi adiado uma vez, termina hoje. Caso a Câmara não aprove o projeto de lei até esta data, voltará a valer a decisão do ministro da Corte, Cristiano Zanin, que determinou a retomada da reoneração. E o já chamado de “confisco” e “pedalada”, o substitutivo do projeto de lei da reoneração da folha de pagamentos aprovado no Senado e agora debatido na Câmara chegou ao Banco Central em um tom de alerta. A preocupação seria por causa de uma medida que trata dos recursos esquecidos em instituições financeiras privadas e públicas. Segundo lideranças da Câmara ouvidas pelo Broadcast, dúvidas jurídicas sobre esse trecho, que é uma das compensações para a desoneração neste ano, travaram a votação do texto na Casa.
*Agência Estado