Mercados financeiros hoje: IPCA-15 e exterior guiam negócios antes de discursos de dirigentes do Fed e BC
O foco local fica ainda em indicadores e no adiamento da votação do projeto de lei de taxação dos fundos exclusivos e fundos offshore
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de novembro e o resultado primário do Governo Central em outubro são os destaques da agenda local. Os diretores do Banco Central, Fernanda Guardado (Assuntos Internacionais) e Diogo Abry Guillen,(Política Econômica) participam de eventos.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza a sabatina dos dois indicados para diretorias do Banco Central Rodrigo Alves Teixeira (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais). Após a sabatina e votação na CAE, os indicados precisam ser aprovados pelo plenário do Senado.
Também são esperados o índice de confiança do consumidor dos EUA em novembro e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), entre eles os diretores Christopher Waller e Michelle Bowman.
No exterior, mercados ampliam queda registrada ontem
Os índices futuros das bolsas de Nova York ampliam perdas de ontem no mercado à vista, enquanto os juros dos Treasuries e o dólar operam sem direção única e com fôlego curto. Os investidores estão à espera de declarações de dirigentes do Fed e pelo índice de confiança do consumidor americano elaborado pelo Conference Board.
Na Europa, os mercados acionários também sustentam perdas registradas na véspera, após o integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, afirmar que, caso as perspectivas para a inflação piorem na zona do euro, pode ser preciso elevar mais os juros. Houve uma ligeira melhora do índice de confiança do consumidor da Alemanha para dezembro, em -27,8, segundo o instituto GfK, conforme o esperado por analistas ouvidos pela FactSet.
Há expectativa por novas declarações da presidente do BCE, Christine Lagarde, após ela ter afirmado ontem que a atividade da zona do euro estagnou e deve permanecer fraca pelo resto do ano, indicando ainda disposição do BCE para manter juros inalterados.
O petróleo se recupera e sobe mais de 1%, compensando parte do recuo da véspera, em meio a notícias de que a Arábia Saudita está pedindo a outros membros da Opep+, que se reúne nesta semana, que reduzam as suas cotas de produção de petróleo, numa tentativa de reforçar os mercados globais, mas alguns membros estariam resistindo. O Swissquote acredita que apenas mais um corte de 1 milhão de barris por dia pela Arábia Saudita não seria suficiente para estabilizar os preços.
Na Ásia, as bolsas chinesas subiram com notícias corporativas e um discurso do presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Pan Gongsheng, que pediu mais esforços para transformar a economia, ao advertir contra a dependência de infraestrutura e do setor imobiliário, no momento em que o regime busca um novo caminho para a segunda maior economia global. Ao falar em conferência financeira em Hong Kong, ele ressaltou a necessidade de alimentar novos drivers para o crescimento.
No Brasil, foco segue nas pautas econômicas no Congresso
A cautela moderada no exterior pode continuar limitando o sentimento local em meio aos sinais mistos nos mercados em Nova York. O foco local fica ainda em indicadores e no adiamento da votação do projeto de lei de taxação dos fundos exclusivos e fundos offshore, além da proposta de taxação das apostas esportivas no Senado, de hoje para amanhã, pode trazer algum desconforto com a demora no andamento das propostas arrecadatórias do governo no Congresso. Há dúvidas se haverá quórum amanhã para analisar as propostas, porque alguns senadores viajam na quarta-feira rumo a Dubai para a Conferência do Clima (COP28).
Investidores também aguardam o IPCA-15 e o resultado do Governo Central. Nos mercados de câmbio e juros futuros, os sinais mistos dos rendimentos dos Treasuries e do dólar frente divisas rivais e emergentes ligadas a commodities podem apoiar alguma volatilidade, mas com fôlego curto em meio aos ajustes de fim de mês.
As discussões sobre a pauta econômica também serão monitoradas. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, assumiu a articulação para avanço da medida provisória (MP) 1185, que muda a subvenção do ICMS, a principal medida para elevar as receitas em 2024, com a viagem do titular da Pasta, Fernando Haddad, à COP-28. A reunião do Colégio de Líderes da Câmara com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), também ficou para hoje, por falta de quórum ontem. A expectativa é que Ribeiro faça uma apresentação sobre as mudanças feitas pelo Senado no texto da reforma ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) e aos demais líderes partidários. A ideia é estabelecer um cronograma para a votação da PEC até o fim do ano.
*Agência Estado
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