Mercado

Mercados financeiros hoje: preocupação com fiscal ainda direciona negócios

Investidores ainda repercutem a ata do Copom, divulgada hoje

As negociações das medidas fiscais no Congresso concentram as atenções em meio às repercussões da ata do Copom de dezembro. Os leilões de LFT e NTN-B do Tesouro também ficam no foco sob expectativas de oferta de lotes mínimos para evitar pressão adicional à curva de juros. Na Câmara, deve ser apresentado o relatório do projeto de lei do BPC e votada a regulamentação da reforma tributária, enquanto o Senado deve apreciar o PL de renegociação da dívida dos Estados. Nos EUA serão divulgados indicadores de vendas do varejo, produção industrial e confiança das construtoras.

Exterior

Os rendimentos dos Treasuries e o dólar sobem, enquanto os futuros de Nova York recuam, após o Dow Jones fechar em queda ontem, na maior sequência de perdas desde 2018. Investidores aguardam os indicadores americanos em meio a consenso (95%) sobre chances de um corte de 25 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed) amanhã.

As bolsas europeias operam sem direção única em meio a incertezas políticas na Alemanha e França. O chanceler alemão Olaf Scholz perdeu um voto de confiança, e a França enfrenta desafios para negociar o orçamento do ano que vem. Os rendimentos dos Bunds alemães passaram a cair, após o governo informar o plano de emissões de títulos em 2025. Em Londres, o avanço dos salários no Reino Unido reduz expectativas de cortes de juros pelo Banco da Inglaterra na quinta-feira, e impulsiona a libra e os rendimentos dos Gilts britânicos. Já o euro recua frente a moeda americana, após o índice de sentimento das empresas na Alemanha caiu a 84,7 em dezembro, mais fraco que o esperado

Brasil

A descrença em uma solução para o problema fiscal no curto prazo deve continuar minando o desempenho dos ativos domésticos. A urgência da votação do pacote fiscal antes do recesso e a possível desidratação deixam os investidores apreensivos. O líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que a PEC, o PLP e o PL do pacote precisam ser votados ainda neste ano, com a meta de aprovação na Câmara até amanhã. A proposta inclui medidas como o limite de 2,5% ao ano para o crescimento real do salário mínimo e alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

No câmbio, o BC não deixou leilão extraordinário de dólar programado, mas poderá anunciar se a moeda estressar mais, após renovar o pico nominal histórico de fechamento aos R$ 6,0934 (+1,03%), em meio ainda aumento das remessas de empresas e fundos ao exterior em dezembro.

A Câmara dos Deputados rejeitou mudanças feitas pelo Senado no primeiro projeto de regulamentação da reforma tributária. O novo relatório retomou o Imposto Seletivo, chamado de “imposto do pecado”, sobre as bebidas açucaradas e retirou o saneamento básico da alíquota reduzida, com desconto de 60% em relação à padrão. O projeto de lei com medidas de ajuste fiscal que atingem as Forças Armadas estabelece uma idade mínima de 55 anos para que os militares possam ir para a reserva remunerada (aposentadoria). A regra valerá a partir de 1º de janeiro de 2032.

*Agência Estado

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