Mercado

Mercados financeiros hoje: semana começa com tom positivo antes de falas do Fed e Copom

No Brasil, investidores também focam em questões fiscais

Decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e do Banco da Inglaterra (BoE) estão entre os destaques nesta semana. Discursos de dirigentes do Banco Central Europeu, Banco da Inglaterra e do Federal Reserve (Fed), entre eles dos presidentes das distritais de Nova York, John Williams, de Richmond, Tom Barkin, e de Minneapolis, Neel Kashkari, são esperados também. Investidores repercutem ainda os índices de gerentes de compras (PMI) europeus, dos Estados Unidos e global. No Brasil, as atenções ficam hoje no resultado do setor público consolidado, e em uma série de balanços, incluindo BB Seguridade e Itaú Unibanco. Nos dias seguintes são esperados dados da balança comercial, do varejo e do IPCA, e outros resultados trimestrais, incluindo Banco do Brasil, Embraer, Eletrobras, B3, Magazine Luiza e Sabesp.

Exterior

O dólar ante moedas principais sobe nesta manhã, limitando os ganhos dos índices futuros em Nova York, após altas perto de 2% na sexta-feira na esteira dos dados mais fracos do que o esperado do mercado de trabalho nos EUA. Investidores voltam a considerar as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortar seus juros em setembro e a possibilidade de queda de 50 pontos-base neste ano. Na semana passada, o Fed deixou as taxas inalteradas pela sexta vez consecutiva, na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Sem indicadores na agenda americana hoje, os investidores aguardam discursos de dois dirigentes do Fed.

Na Europa, as bolsas sobem repercutindo avanço dos dados de atividade PMIs de serviços da região e animadas com a possibilidade de flexibilização monetária nos EUA. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu 7,8% na comparação anual de março, ante previsão de analistas de -7,7% e depois de recuar em ritmo mais forte em fevereiro, de 8,5% (após revisão de -8,3% anteriormente).

O petróleo avança também, após cair em torno de 6% na semana passada, precificando elevação de preços da commodity pela Arábia Saudita em junho para a Europa e Ásia e diante da fraca perspectiva de que Israel e Hamas consigam fechar um acordo de cessar-fogo.

Na China, as bolsas tiveram firmes ganhos na volta de feriado de três dias, com a possibilidade de corte de juros nos EUA e a reunião do Politburo na semana passada, deixando em segundo plano pesquisa da S&P Global/Caixin mostrando queda do PMI de serviços chinês em abril, para 52,5.

Brasil

A Bolsa pode se animar com Wall Street e a alta de commodities. O minério de ferro subiu 2,63% em Dalian na China e pode amenizar reações a notícias sobre o comando da Vale. O petróleo também avança em bom prenúncio para a Petrobras, mas a Sabesp tende a reagir à decisão da Justiça de suspender a sessão da Câmara de São Paulo que aprovou o projeto de lei de adesão da capital à privatização da Sabesp.

Investidores vão olhar também os dados fiscais do setor público. Fica no radar a perspectiva de elevação de gastos extraordinários do governo em razão do desastre climático no Rio Grande do Sul.

Dólar e juros futuros em altas leves podem afetar ainda os ajustes na curva de juros futuros e no câmbio. Na agenda fiscal, pressionado a encontrar um meio-termo para o impasse da desoneração da folha de pagamento dos municípios e de olho na sessão do Congresso para analisar vetos presidenciais marcada para quinta-feira, 9, o governo Lula recorreu ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), a fim de firmar um grande acordo que resolva as duas pendências e abra espaço político para avançar com a regulamentação da reforma tributária. Se quiser manter, em 2025, a isenção de IR para quem ganha até dois salários mínimos, o governo federal terá de abrir mão de mais R$ 4,3 bilhões da arrecadação, calculou a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).

*Agência Estado

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