Mercados financeiros hoje: temor com demanda da China gera cautela; IPCA calibra projeções para Selic
O índice oficial de inflação do Brasil apresentou recuo de 0,02% em agosto ante julho
O IPCA de agosto fica no foco. No exterior, a Opep publica seu relatório mensal e a diretora do Fed Michelle Bowman fala em evento, mas o tema política monetária fica fora de questão por conta do período de silêncios dos dirigentes a poucos dias da decisão de juros. À noite, os candidatos à Presidência dos EUA Kamala Harris e Donald Trump se encontram em debate na TV.
Exterior
Dados fracos de importação da China em agosto estimulam uma correção do petróleo, que ontem avançou por conta da evolução da tempestade Francine no Golfo do México. O temor é de que a adversidade climática afete a produção nos Estados Unidos. O mercado repercute ainda a divulgação do relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). À noite, há debate na TV dos EUA entre os candidatos à Presidência Kamala Harris e Donald Trump.
Em meio aos resultados divergentes da balança comercial chinesa, as bolsas asiáticas fecharam sem direção única. No geral, investidores seguem no aguardado de dados de inflação nos EUA que sairão nesta semana e poderão fornecer mais clareza sobre os planos do Federal Reserve (Fed) sobre o ritmo e o tamanho do orçamento do corte de juros que deve iniciar na semana que vem. Nesta manhã, os índices futuros de Nova York têm viés de baixa. Por lá, destaque ao recuo de cerca de 1,00% da ação da Apple, após derrota na Justiça da União Europeia. Já as ações das principais instituições bancárias dos Estados Unidos operam em alta no pré-mercado, após reportagem da Bloomberg revelar, ontem, que reguladores americanos vão cortar de 19% para 9% o nível de capital exigido aos oito bancos do país na proposta de reforma em análise.
A maioria das bolsas europeias mira queda ainda com os investidores avaliando sinais fracos do mercado de trabalho do Reino Unido, o que afasta a possibilidade de o Banco da Inglaterra (BoE) cortar juros no próximo dia 19. Já o Banco Central Europeu (BCE) deve reduzir os juros nesta quinta-feira. Hoje leitura final da inflação ao consumidor (CPI) na Alemanha confirmou desaceleração à taxa anual de 1,9% no mês passado. Já os rendimentos dos Treasuries e o dólar operam quase que no zero a zero.
Brasil
A queda das commodities, em especial do petróleo, e da maioria dos índices de ações internacionais tende a influenciar negativamente na abertura do Ibovespa, que ontem encerrou com alta de apenas 0,12%, no nível dos 134 mil pontos. O investidor da B3 ainda digere novos sinais de enfraquecimento da demanda chinesa após o arrefecimento das importações do país em agosto, mas houve avanço das exportações. Nesta manhã, o ADR da Vale tem discreta alta no pré-mercado de Nova York e o da Petrobras opera com sutil recuo.
Na B3, a inflação também fica no foco. A deflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto deve ser bem-vinda, mas pode ter efeito pontual nos mercados por conta das incertezas com os impactos da estiagem na inflação. Desta forma, tende a reforçar apostas de alta de moderada da Selic na próxima semana.
Fica ainda no radar a aprovação pela Câmara na noite de ontem do requerimento de urgência para votar projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios e prevê compensações pela renúncia fiscal neste ano. A proposta agora poderá pular a etapa da análise em comissões e ser votada diretamente no plenário, o que deve ocorrer a partir desta terça-feira.
*Agência Estado