Mercados financeiros hoje: tombo do petróleo não reduz apetite a risco no exterior
No Brasil, investidores esperam pacote de corte de gastos do governo
Uma reunião do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com investidores em Londres será acompanhada hoje em meio a expectativas pelo pacote de corte de gastos que a equipe econômica promete anunciar nos próximos dias. A Petrobras divulga também o relatório de produção e vendas. Indicadores de peso no Brasil e nos Estados Unidos devem orientar as perspectivas para as reuniões de política monetária do Copom e do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em 5 e 6 de novembro. Os resultados do Caged, Pnad Contínua, Governo Central e do setor público consolidado são alguns exemplos. Balanços de Bradesco, Santander e Ambev também são aguardados. Nos EUA, serão divulgados números de PIB, índice de preços dos gastos com consumo (PCE, em inglês), do relatório de empregos payroll, e ainda dos resultados das big techs Apple, Microsoft, Alphabet e Meta.
Exterior
O petróleo tomba perto de 6%, após ataque de Israel ao Irã não comprometer a infraestrutura petrolífera do país persa, aliviando temores de um conflito direto mais amplo. Na Ásia, a bolsa do Japão subiu com o iene mantendo os menores níveis em três meses ante o dólar, após o partido do governo perder a maioria parlamentar pela primeira vez em 15 anos, colocando em xeque um aumento de juros do Banco do Japão (BoJ) esta semana. Nos EUA, o tom é positivo com bolsas e juros dos Treasuries subindo, mas a volatilidade pode crescer diante da antecipação de uma possível vitória do republicano Donald Trump na corrida presidencial. Na Europa, o tombo do petróleo pesa em ações do setor listadas em Londres.
Brasil
Os ganhos dos futuros de Nova York e a alta de 2,35% do minério de ferro na China podem amenizar o impacto do tombo do petróleo no Ibovespa. O ADR da Petrobrás perdia 1,74% no pré-mercado em Nova York às 7h12, enquanto o ADR da Vale subia 0,28% mais cedo. Os investidores devem aguardar sob certo ceticismo o volume da redução de despesas a ser anunciado pelo governo. Após o IPCA-15 de outubro apontar uma reaceleração dos núcleos, reforçando altas na taxa Selic à frente, as projeções do boletim Focus assim como uma série de indicadores fiscais, de inflação e do mercado de trabalho devem contribuir esta semana para a calibragem das projeções para o próximo Copom. Campos Neto reiterou na sexta-feira, em Washington, o compromisso da instituição em buscar a meta da inflação.
*Agência Estado