Mercado

Mercados financeiros hoje: Trump fica sob holofote após atentado, mas não traz aversão a risco

Para analistas, o episódio amplia as chances de Trump voltar à Casa Branca

A semana começa com os holofotes no ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que participa da Convenção Nacional Republicana, após sofrer tentativa de assassinato durante um comício no sábado na Pensilvânia. Investidores focam ainda no presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e repercutem uma série de dados da China em meio ao início do Terceiro Plenário do Partido Comunista. Nos dias seguintes são aguardados dados de varejo e indústria nos EUA, inflação ao consumidor na zona do euro e a decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE). Ainda, Goldman Sachs, Bank of America (BofA), Morgan Stanley, Netflix e a gigante de semicondutores TSMC, de Taiwan, estão entre as empresas de capital aberto que divulgam balanços corporativos. No Brasil, o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) será publicado hoje e a Vale também divulga o relatório de produção e vendas do segundo trimestre. No Senado, é esperada a votação do projeto de lei da desoneração da folha de pagamento, essencial para sustentar o arcabouço fiscal do governo.

Exterior

Os índices futuros das bolsas de Nova York exibem ganhos marginais, enquanto os rendimentos longos dos Treasuries sobem e o dólar oscila perto da estabilidade ante outras moedas principais, mas avança cerca de 1% ante o peso mexicano e rand sul africano, após o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Para analistas, o episódio amplia as chances de Trump voltar à Casa Branca, o que potencialmente reduz a incerteza sobre o processo eleitoral mas eleva riscos fiscais no país. Os investidores vão monitorar balanços, a Convenção Nacional Republicana e comentários de Powell, após a queda de 0,1% da inflação ao consumidor americana em junho que praticamente consolidou a chance o corte de juros em setembro e de 0,75 pontos-base neste ano.

Na Europa, as bolsas recuam em meio à queda da produção industrial na zona do euro menor que a esperada em maio ante abril, sob expectativas pela decisão de juros do BCE e após dados de crescimento da China abaixo das previsões.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 4,7% no segundo trimestre deste ano, ante igual período de 2023, abaixo das estimativas dos analistas, de +5,1%, indicando uma desaceleração em relação ao resultado do primeiro trimestre, de +5,3%, na comparação anual. A produção industrial da China teve alta anual de 5,3% em junho, superando a expectativa (+5%), mas as vendas no varejo avançaram 2% na comparação anual de junho, ante consenso da FactSet de acréscimo de 3,2%.

Brasil

O sinais positivos nas bolsas em NY e avanço de 1,03% do minério de ferro em Dalian são bons prenúncios, que podem apoiar o rali do Ibovespa, mas petróleo hesitante pode limitar ganhos. A bolsa brasileira teve a 10ª alta seguida na sexta-feira, no embalo da volta do capital estrangeiro em julho ao Brasil, depois da maior fuga de capitais em quatro anos no primeiro semestre. O otimismo pode persistir à medida que são esperadas na semana duas ofertas de ações bilionárias de cerca de R$ 20 bilhões, da Sabesp e da Eletrobras. O EWZ, principal fundo de índice (ETF) do Brasil negociado em Wall Street, operava em alta de 0,48% no pré-mercado por volta das 6h07 (horário local). Os ADRs da Petrobrás estavam estáveis, enquanto os da Vale subiam 0,17% por volta das 6h32.

Por outro lado, as altas dos juros longos dos Treasuries e do dólar frente moedas emergentes, principalmente o peso mexicano e rand sul africano, sob efeito Trump podem afetar os ajustes do câmbio e da curva de juros futuros, que subiu na sexta-feira. Uma recuperação do real e alívio nos DIs podem ser limitados pela tensão na área fiscal. No foco dos investidores seguem os debates em torno das medidas de compensação pela manutenção da desoneração da folha de pagamentos, o projeto de renegociação da dívida dos Estados e, especialmente, a expectativa pela divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas no próximo dia 22.

*Agência Estado

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