Mercados financeiros hoje: Vale fica no foco doméstico e exterior tem cautela
Ações da Vale devem reagir aos dados de produção e vendas no segundo trimestre
Os investidores acompanham hoje os dados de produção industrial dos Estados Unidos, Livro Bege e discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) Tom Barkin e Christopher Waller, antes da publicação de balanços da United Airlines e Alcoa. A enxuta agenda no Brasil traz o IGP-10.
Exterior
A valorização acentuada do iene ante o dólar nesta quarta-feira chama atenção e sugere que o governo do Japão pode ter feito nova intervenção a favor de sua moeda, o que seria a terceira em uma semana. Dados recentes indicam que autoridades japonesas intervieram de forma agressiva no mercado cambial na quinta e sexta-feira (11 e 12), gastando mais de 5 trilhões de ienes nos dois dias.
Além disso, o euro e a libra ganham força, após dados da inflação do Reino Unido acima do esperado e da zona do euro em linha com as previsões dos analistas em véspera de anúncio de decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE). As expectativas majoritárias são de manutenção das taxas básicas na região. Em junho, o BCE cortou em 0,25 pontos-base sua taxa de juros de depósitos, para 3,75% ao ano. As principais bolsas europeias operam sem direção única, com Paris e Frankfurt em baixa, mantendo o tom negativo da semana, em meio a uma forte queda de ações de semicondutores.
Em Nova York, os juros dos Treasuries de curto e médio prazos sobem moderadamente, enquanto os índices futuros das bolsas de Nova York recuam por uma realização de lucros, após o Dow Jones e S&P 500 atingirem novos recordes ontem, com o mercado sacramentando a chance de o Federal Reserve (Fed) abrir o ciclo de relaxamento monetário em setembro, depois de relatório apontar estabilidade nas vendas do varejo dos Estados Unidos em junho.
Nas próximas horas, os investidores acompanham dados de produção industrial dos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O petróleo oscila sem direção única, mas o minério de ferro caiu 2,66% na bolsa de Dalian, a US$ 110,75, em meio a incertezas sobre medidas de estímulos na China em meio à reunião anual de lideranças do país, que termina amanhã.
Brasil
Aversão a risco em Nova York e a queda forte do minério podem dificultar uma recuperação do Ibovespa, que ontem fechou em baixa leve, mas sustentando os 129 mil pontos (aos 129.110,38 pontos), interrompendo 11 altas consecutivas. Ações da Vale devem reagir ainda aos dados de produção e vendas no segundo trimestre.
No mercado de juros, pode agradar a fala do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que garantiu que a convergência das expectativas para o centro da meta, de 3%, é uma “prioridade” da autoridade monetária. Ele afirmou, no entanto, que o aumento da incerteza e da adversidade exige que não haja um forward guidance do Copom.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista à Record, que não é necessário uma lei para garantir independência ao Banco Central e pontuou que vai escolher sua indicação para a autoridade monetária “na hora certa”. Contudo, a alta dos rendimentos dos Treasuries pode se sobrepor no ajuste da curva de DIs. Segundo analistas, o impasse em torno do projeto da desoneração da folha, entre outras pendências fiscais, deve ainda continuar limitando o desempenho do real, da Bolsa e apoiando a renda fixa.
O ministro Edson Fachin, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou até 11 de setembro o prazo para o Congresso e o governo federal chegarem a um acordo sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que vai criar uma comissão temporária para analisar uma reforma no sistema de cobrança de contribuição sobre a folha de pagamentos. O mercado ainda aguarda o detalhamento sobre o corte de R$ 25,9 bilhões em despesas que devem constar no Orçamento de 2025, a ser divulgado em breve pelo Ministério do Planejamento, além da magnitude do bloqueio ou contingenciamento que será incluído no terceiro relatório bimestral de receitas e despesas deste ano. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) deve se reunir nesta semana para tratar do tema e divulgar o quadro fiscal ao chefe do Executivo na semana que vem. O anúncio da próxima segunda-feira é encarado no mercado como um teste sobre o comprometimento efetivo do governo com a meta fiscal deste ano.
*Agência Estado
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