Receio de recessão pós-tarifaço de Trump traz volatilidade às bolsas globais
Temores de recessão global e queda nas commodities impulsionam aversão a risco
Os temores sobre uma recessão global impulsionam uma nova rodada de aversão a risco ao redor do mundo, o que empurra o Ibovespa B3 e outros índices acionários internacionais para baixo. O pregão desta segunda-feira (07/04) é marcado por forte volatilidade. Pela manhã, o Ibovespa abriu em queda de quase 2%, chegou a virar acompanhando as bolsas estrangeiras, mas voltou ao território negativo. Perto das 12h30, recua 1,34%, aos 125.545 pontos. O dólar opera em alta de 1,40%, cotado a R$ 5,9169.
No mesmo horário, o índice Dow Jones caía 2,25%, o S&P recuava 1,70% e o Nasdaq, 1,43%
Negociações entre os países após o “tarifaço” do presidente Donald Trump seguem no radar. Ontem, o governo do líder republicano informou que mais de 50 países pediram para negociar a eliminação ou a redução das tarifas impostas por Washington. A pressão de apoiadores de Trump por um “congelamento” das tarifas por 90 dias também ganha força.
Análise dos especialistas
Em nota, os economistas do Goldman Sachs aumentaram a probabilidade de recessão de 12 meses nos Estados Unidos de 35% para 45%, devido ao “aperto acentuado nas condições financeiras, boicotes de consumidores estrangeiros e um aumento contínuo na incerteza política”.
Essa previsão, no entanto, se baseia na suposição de que a tarifa efetiva dos EUA aumentará em 15 pontos percentuais no total, o que agora exigiria uma grande redução nas taxas anunciadas.
“Se a maior parte das tarifas entrar em vigor, a tarifa efetiva aumentará em cerca de 20 pontos percentuais. Se isso ocorrer, esperamos alterar nossa previsão para uma recessão”, disseram.
Os economistas ainda acrescentam que no cenário atual, sem recessão, eles esperam que o Fed implemente três cortes consecutivos de 25 pontos-base nos Fed Funds, começando em junho.
Já o CME Group mostra, por meio dos preços dos títulos no mercado, que os agentes passaram a ver maior chance de um corte de juros pelo Fed neste ano após o anúncio de tarifas de Trump sobre os parceiros comerciais dos Estados Unidos e está dividido entre quatro e cinco cortes até dezembro.
Segundo o CME FedWatch Tool, que compila dados a partir dos futuros dos Fed funds, há 37,3% de chance de quatro reduções em 2025, e 35,9% de probabilidade de pelo menos cinco cortes.
Para a próxima reunião, em maio, 58,2% dos operadores veem que os juros devem permanecer inalterados, entre 4,25% e 4,50%, mas 41,8% precificam um corte de 25 pontos-base.
*Com informações do Valor Econômico
Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.