Mercados financeiros hoje: Pressão por mais cortes pode limitar reação a pacote fiscal em meio à aversão no exterior

O Senado vota nesta sexta-feira, a partir das 10 horas, o projeto de lei ordinária (PL) relativo ao pacote fiscal, última pendência do plano fiscal, que limita o crescimento real do salário mínimo a 2,5% ao ano e estabelece mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC). O Banco Central tem mais duas atuações no câmbio, com leilões de dólares à vista, no montante de US$ 3 bilhões, e de linha, no total de US$ 4 bilhões. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reunião com seus ministros e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de live sobre seu mandato. A inflação ao consumidor dos Estados Unidos medida pelo PCE é o destaque no exterior.

Exterior

O exterior mostra aversão ao risco nesta manhã, após a Câmara dos EUA rejeitar plano que evitaria paralisação do governo americano. Investidores também temem uma postura mais dura pelo Federal Reserve (Fed) com os juros no ano que vem. Há pouco o índice VIX, espécie de “termômetro do medo” em Wall Street, avançava 7%, e os futuros de NY estavam todos no vermelho. Para o Goldman Sachs, o risco de uma paralisação aumentou, mas considera improvável que o impasse persista por um período prolongado.

Na Europa, as bolsas têm queda de mais 1% após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas à União Europeia, o que ampliou a cautela global em meio aos medo de shutdown do governo americano. Também no Velho Continente, foi divulgado que as vendas no varejo do Reino Unido subiram menos que o esperado em novembro, enquanto a inflação ao produtor (PPI) anual da Alemanha retornou ao terreno positivo pela primeira vez desde junho de 2023.

Brasil

O investidor reage hoje à aprovação do pacote fiscal do governo de R$ 70 bilhões no Congresso, porém mais desidratado, em meio à aversão ao risco no exterior e o dia pode ser de mais cautela. O EWZ, principal fundo de índice do Brasil em Nova York caía 0,83% por volta das 7h30. A artilharia do BC para conter o dólar também fica no foco. Ontem a moeda fechou em queda a R$ 6,12, após atingir R$ 6,30. O Tesouro também volta a atuar com leilões extraordinários de compra e venda de títulos.

A Câmara aprovou o projeto de lei complementar (PLP) do plano fiscal, que traz novos gatilhos do arcabouço fiscal e trata sobre regras para contingenciamento e bloqueio de emendas parlamentares, além da PEC que altera o abono salarial e o Fundeb e o projeto de lei (PL) que limita o crescimento real do salário mínimo a 2,5% ao ano, e estabelece mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC). Já o Senado aprovou o PLP e a PEC, deixando só como pendência o PL.

*Agência Estado

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