Não deve faltar arroz no Brasil, apesar de enchentes no RS
Associações de produtores e empresas afirmam que abastecimento está garantido
Em meio à tragédia no Rio Grande do Sul, surgiram preocupações sobre o abastecimento de arroz no Brasil. Isso porque o estado é o principal produtor do grão no País. No entanto, nesta sexta-feira (10/05), diversas entidades garantiram que não irá faltar o produto.
A colheita de arroz no RS supera 80% do total da área plantada, e o que foi colhido apresenta boa qualidade e produtividade, afirmou a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), em nota.
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“Já temos um bom volume de arroz e mesmo que a gente tenha dificuldades na colheita deste saldo que falta colher, certamente o Rio Grande do Sul tem plenas condições de colher uma safra bem acima dos sete milhões de toneladas”, afirmou o presidente da entidade, Alexandre Velho. “Temos plenas condições de afirmar que nós não temos problemas com relação ao abastecimento do mercado interno”, garante.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o consumo de arroz no Brasil nas safras 2022/23 e 2023/24 será de 10,5 milhões de toneladas.
Segundo ele, a principal questão nesse momento é a logística para escoar a produção do RS para outros estados. “Mas a ligação com os grandes centros através da BR-101 está normal, temos bastante arroz para deslocar para as regiões centrais do Brasil”, afirmou Velho.
A Camil Alimentos, maior fabricante de arroz do País, também descarta risco de desabastecimento do cereal no mercado interno. Segundo o diretor presidente da empresa, Luciano Quartiero, pode haver apenas impactos pontuais no curto prazo em virtude da maior demanda imediata dos consumidores finais e da dificuldade logística para responder ao fornecimento. “Alguns varejistas já limitam a compra de arroz por consumidor. Na largada, pode haver algum ruído pontual, mas neste ano não vai faltar arroz no Brasil”, acrescentou.
Em nota, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) afirma que “não há risco iminente de desabastecimento nos supermercados. No entanto, a APAS e a Abras [Associação Brasileira de Supermercados] estão monitorando de perto a situação”.
Importação já está autorizada
Apesar de o setor produtivo garantir que não há risco de desabastecimento, o governo já autorizou a importação de até um milhão de toneladas de arroz beneficiado (pronto para consumo) ou em casca pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A compra será feita por meio de leilões públicos a preço de mercado, ainda sem data definida. O texto diz que os estoques serão destinados, preferencialmente, a “pequenos varejistas das regiões metropolitanas”. A quantidade inicial a ser comprada ainda será determinada pelos ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; e da Fazenda, Fernando Haddad.
“Além de não deixar faltar arroz no país, com esta medida, vamos garantir que o preço não suba em função da especulação de alguém que queira se aproveitar da situação que vive o Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
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