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O que disse o BC ao decretar a liquidação do Banco Master: ‘Grave crise de liquidez’

Segundo o FGC, o Master tem uma base estimada em 1,6 milhão de credores, com o pagamento de garantias estimado em R $41 bilhões

Com ISTOÉ Dinheiro

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O Banco Central informou nesta terça-feira, 18, que decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master devido a uma grave crise de liquidez, destacando que o conglomerado detém 0,57% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

“A decretação do regime especial nas instituições foi motivada pela grave crise de liquidez do Conglomerado Master e pelo comprometimento significativo da sua situação econômico-financeira, bem como por graves violações às normas que regem a atividade das instituições integrantes do SFN”, afirmou o BC, em nota.

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O conglomerado atingido pela liquidação envolve o Banco Master S/A, o Banco Master de Investimento S/A, do Banco Letsbank S/A, e a Master S/A Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários.

O BC determinou também Regime Especial de Administração Temporária (RAET) ao Banco Master Múltiplo S/A, integrante do Conglomerado Master. Segundo o BC, a opção pelo RAET mostrou-se a mais adequada para o Banco Master Múltiplo, “tendo em vista a possibilidade concreta de solução que preserva o funcionamento da sua controlada Will Financeira”.

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“O Banco Central continuará tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades nos termos de suas competências legais. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas sancionadoras de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis. Nos termos da lei, ficam indisponíveis, a partir de hoje, os bens dos controladores e dos ex-administradores das instituições objeto dos regimes especiais decretados”, completou.

Leia aqui a íntegra do comunicado.

O Master registrou um rápido crescimento nos últimos anos com uma estratégia agressiva de financiamento baseada em dívidas de alto rendimento vendidas por meio de plataformas de investimento. Esses títulos foram comercializados como sendo cobertos pelo FGC.

Enfrentando pressões de liquidez, o Master precisava de capital novo para cumprir os vencimentos futuros desses instrumentos.

O que acontece agora

Com a liquidação extrajudicial do Master decretada pelo BC, as operações do banco ficam suspensas enquanto o órgão regulador nomeia um liquidante para avaliar os créditos dos credores e vender os ativos da instituição financeira.

A decisão foi tomada poucas horas depois que um consórcio liderado pelo grupo de investimento Fictor, com investidores não identificados dos Emirados Árabes Unidos, anunciou que havia concordado em comprar o Master. Após a liquidação decretada pelo BC, a Fictor informou que o consórcio suspendeu a proposta para compra do Master.

Com a instituição financeira agora em liquidação, um administrador nomeado pelo Banco Central assumirá a gestão e elaborará uma lista detalhada dos detentores de dívidas do banco. Assim que esse processo for concluído, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) reembolsará os investidores até o limite segurado, que é de R$ 250 mil por investidor.

Em comunicado, o FGC, cuja principal fonte de recursos são as contribuições periódicas das instituições financeiras associadas, disse que o pagamento da garantia será feito após o envio da base pelo liquidante indicado pelo Banco Central.

Segundo o FGC, o Master tem uma base estimada em 1,6 milhão de credores, com o pagamento de garantias estimado em R$ 41 bilhões. O fundo acrescentou que possuía um patrimônio de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões correspondiam a recursos líquidos em caixa, para o exercício de sua atividade, conforme dados do fechamento de setembro.

*Matéria originalmente publicada em IstoÉ Dinheiro, site parceiro de B3 Bora Investir

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