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Payroll acima do esperado diminui expectativa de queda dos juros nos EUA em 2024

Economia americana criou 199 mil vagas de emprego em novembro, acima do consenso de analistas de 180 mil

Fila de pessoas em busca de emprego. Foto: Shannon Stapleton/File Photo/Reuters
O resultado veio acima do esperado da criação de vagas na economia americana. Foto: Shannon Stapleton/File Photo/Reuters

O mercado de trabalho dos Estados Unidos cresceu de forma inesperada em novembro, diante de uma recuperação no emprego e nos ganhos salarias, segundo o relatório divulgado nesta sexta-feira, 08/12, pelo Departamento do Trabalho.

O Payroll mostrou que foram criadas 199 mil vagas no mês passado, acima do consenso dos analistas de 180 mil. Os números vieram acima de outubro, quando o país gerou 150 mil novos empregos.

O crescimento forte no ritmo de geração de empregos ainda mostra uma resiliência no mercado de trabalho americano, apesar de números mais amenos publicados nesta semana (ver mais abaixo).

Importante pontuar também que 40 mil trabalhadores grevistas do setor automotivo e atores, que não estavam trabalhando em outubro, voltaram aos seus postos em novembro.

A economia americana também registrou um crescimento do ganho médio do trabalhador por hora, que avançou 0,4% no mês passado, em linha com as projeções. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora subiu 4%.

Diante desses resultados, diminuiu a percepção dos economistas de que o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, possa iniciar um ciclo de redução dos juros no 1º semestre de 2024.

Para o economista da LH Meyer/Monetary Policy Analytics, Derek Tang, diante desses números o Fed deve pedir mais paciência ao mercado. “As expectativas de muitos cortes no próximo ano, que começarão no primeiro trimestre, serão reduzidas”, afirmou a agência Bloomberg.

Impactos do emprego forte nos EUA

O mercado de trabalho mais aquecido tende a pressionar a inflação para cima, pois coloca mais dinheiro na mão dos trabalhadores americanos. Isso aumenta o consumo e, portanto, os preços.

Hoje a taxa básica dos Estados Unidos segue entre 5,25% e 5,50% ao ano, maior patamar em mais de duas décadas. Taxas mais altas no país, prejudicam os ativos de risco e pressionam a cotação do dólar sobre a moeda brasileira.

Na próxima semana acontece a chamada ‘Super Quarta’, com a decisão da política monetária no Brasil e nos EUA. Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reduzir mais uma vez a Selic em 0,5 ponto percentual. Hoje taxa está em 12,25%.

Taxa de desemprego cai

A taxa de desemprego ficou em 3,7% em novembro, ante 3,9% no mês anterior, abaixo da expectativa dos analistas que previam uma estabilidade. Em números, os americanos desempregados recuaram 6,5 milhões para 6,2 milhões.

Outros dados de emprego tiveram desempenho mais fraco

A expectativa do mercado financeira era de que os dados do Payroll pudessem confirmar as leituras mais amenas sobre o mercado de trabalho americano, o que não aconteceu.

Na quarta-feira, 06/12, o relatório ADP de geração de empregos apontou que a maior economia do mundo criou 103 mil novas vagas no setor privado, contra uma expectativa de 130 mil.

Já na terça-feira, 05/12, o relatório Jolts registrou 8,7 milhões de vagas em aberto nos Estados Unidos, bem abaixo das expectativas do mercado, de 9,3 milhões.

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