Por que o dólar dispara ante o real e cai frente a moedas fortes?
Em meio à escalada da guerra tarifária, os investidores correm para ativos considerados seguros
Em meio à escalada da guerra comercial, o dólar perde valor frente a pares desenvolvidos e avança ante moedas emergentes. O índice DXY — que compara o dólar a uma cesta de outras seis moedas fortes, como o euro e o iene japonês — caía 0,60%, aos 102,334 pontos, perto das 12h (de Brasília).
Enquanto isso, no Brasil, a moeda americana à vista subia 1,08%, a R$ 6,0621, após atingir máxima de R$ 6,0961. Ante o peso mexicano, a divisa dos EUA avançava 0,65% e, frente ao peso chileno, sobe 0,46%.
O que está acontecendo com o dólar?
Frente ao real e a outras divisas emergentes, a moeda americana cai por causa da forte aversão a ativos de risco. Em meio à escalada da guerra tarifária, os investidores correm para ativos considerados seguros, como o ouro, o franco suíço, o iene japonês e os títulos da dívida pública da Alemanha.
Mas o dólar não é um ativo considerado seguro?
Neste momento em que a guerra comercial escala, há a percepção de que a economia americana vai desacelerar, podendo até entrar em recessão, e os por conta das tarifas de importação. Isso geraria a chamada estagflação, ou seja, uma combinação de recessão com inflação mais pressionada.
Esse cenário está levando muitos investidores a fugirem de ativos americanos, incluindo o dólar, o que faz com que a moeda americana perca valor ante moedas pares. Inclusive, o está sendo colocado em xeque neste momento delicado para a economia americana e global.
Essa fuga dos ativos americanos é exemplificada, ainda, pelo comportamento dos títulos da dívida dos EUA, que são chamados de Treasuries. No geral, juros mais altos nos EUA tendem a atrair investidores para o dólar. No entanto, com a maior desconfiança sobre a posição do país no longo prazo, o movimento é de saída de capital dos ativos americanos e nem mesmo os juros mais altos dão apoio à moeda dos EUA.
*Com informações do Valor Econômico
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