Preço do café tem 1ª queda após 18 meses seguidos de alta; veja vilões da inflação
Apesar do alívio em julho, o preço do café ainda acumula alta de 41,46% em 2025

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O preço do café finalmente parou de subir. Segundo os dados de inflação divulgados nesta terça-feira, 12, pelo IBGE, o café moído caiu 1,01% em julho.
Foi a primeira queda após 18 meses em alta, período em que acumulou um aumento de 99,46%. A última havia sido até então em dezembro de 2023 (-0,23%).
A inflação oficial do país medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 0,26% em julho, praticamente em linha com o mês anterior quando foi de 0,24%. Os preços dos alimentos caíram pelo segundo mês consecutivo (em junho, a variação foi de -0,18%).
Apesar do alívio em julho, o preço do café ainda acumula alta de 41,46% em 2025 e de 70,51% em 12 meses — a maior alta entre todos os itens pesquisados pelo IBGE.
Segundo relatório Visão Agro do Itaú BBA, o preço do café deve recuar para o consumidor nos próximos meses, impulsionado pelo avanço da colheita e pelo aumento gradual da oferta, especialmente de café robusta.
Veja as maiores altas no acumulado em 12 meses (em %)
CAFÉ MOÍDO | 70,51 |
PEPINO | 57,51 |
ABOBRINHA | 45,93 |
TRANSPORTE POR APLICATIVO | 42,74 |
MAMÃO | 33,71 |
TOMATE | 29,89 |
ACÉM | 29,64 |
JOIA | 29,55 |
PEIXE-PINTADO | 29,41 |
CIGARRO | 25,99 |
AÇAÍ (EMULSÃO) | 25,84 |
MÚSCULO | 25,58 |
PATINHO | 25,10 |
COSTELA | 24,63 |
ALCATRA | 24,45 |
PEITO | 24,27 |
PÁ | 24,19 |
TANGERINA | 24,04 |
LAGARTO COMUM | 23,94 |
CHOCOLATE EM BARRA E BOMBOM | 23,38 |
Inflação segue acima do teto da meta
No acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 5,23% em julho, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a variação havia sido de 0,38%.
Ainda que essa tenha sido a taxa em 12 meses mais baixa desde fevereiro (+5,06%), a inflação permanece acima da meta contínua — 3,0% medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O índice de difusão, que mede o percentual de itens com alta de preços no mês, ficou em 50%, o menor percentual em 1 ano, indicando melhora mais ampla da dinâmica inflacionária.
A expectativa atual do mercado para a inflação no Brasil este ano é de 5,05%, segundo o último boletim Focus do Banco Central.
No final de julho, o Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta nos juros básicos ao manter a Selic em 15% ao ano, ressaltando que antecipa a manutenção da taxa nesse patamar por período “bastante prolongado”.
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