Produção industrial sobe 0,3% em maio, mas segue estagnada
Setor está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia. Melhora foi puxada pelos setores petroquímico, de veículos e máquinas. Indústria alimentícia recuou pelo quinto mês seguido
A produção industrial brasileira avançou 0,3% em maio na comparação com o mês anterior. A melhora veio após o setor recuar 0,6% em abril e crescer 1,1% em março, quando interrompeu uma sequência de dois meses de queda. Em relação a maio de 2022, a produção industrial cresceu 1,9%.
Os resultados divulgados nesta terça-feira, 04/07, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram também que a indústria está 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020. No ano, o setor acumula perdas de 0,4%.
O gerente da pesquisa, André Macedo, explica que, apesar da indústria andar de lado nos últimos meses, o setor ainda está no azul em relação ao fim de 2022. “Ainda que tenha um resultado próximo à estabilidade, ao comparar o patamar de maio com o de dezembro do ano passado a indústria tem um saldo positivo de 0,4%”.
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Setores no positivo
Os impactos positivos na indústria em maio vieram de três setores: coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que cresceu 7,7%; veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 7,4%; e máquinas e equipamentos, que avançou 12,3%.
A venda de derivados do petróleo acumula quatro resultados positivos e um ganho de 15% no período. Já a venda de veículos voltou a crescer após uma retração de 2,6% nos últimos dois meses. “Março e abril foram marcados pelas paralisações e as concessões de férias coletivas. Assim, o crescimento em maio é explicado pela retomada da produção”.
Já no setor de equipamentos a recuperação foi causada pelo aumento na produção de bens de capital voltados para o setor agrícola e de construção.
Outras contribuições positivas para o avanço do índice foram: indústrias extrativas (1,2%), produtos de metal (6,1%), outros equipamentos de transporte (10,2%), metalurgia (2,1%), produtos diversos (6,6%) e couro, artigos para viagem e calçados (4,9%).
Setores no negativo
No campo negativo, o principal impacto veio da queda na produção de alimentos (-2,6%), que recuou pelo quinto mês consecutivo, e produtos farmacêuticos (-9,7%), que também já havia retraído em abril (-0,4%).
O gerente da pesquisa explica que, mesmo com as quedas recentes, o setor de maior peso no índice ainda acumula ganhos de 8,3%, somados os três últimos meses do ano passado e os cinco primeiros de 2023.
“Além de ser precedido por taxas positivas, o resultado negativo em maio é relacionado à queda na produção de carne de bovinos e derivados de soja”, completa.
Grandes categorias
Três das quatro grandes categorias tiveram alta na atividade em maio, na comparação com abril.
A maior taxa positiva foi de bens duráveis, que avançaram 9,8%, seguidos bens de capital (4,2%) e intermediários (0,1%). Na contramão, ficou o setor de bens de consumo semi e não duráveis (-1,1%), que eliminou o crescimento de 0,9% registrado no mês anterior.
“Houve uma disseminação de taxas positivas nas grandes categorias e o maior espalhamento desde setembro de 2020. Á época, o setor industrial se recuperava de perdas intensas enfrentadas em março e abril, início da pandemia”, conclui André.
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