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Programa do governo pode dar desconto de 12% na conta de luz em 2026; veja simulações

Programa já está valendo desde julho com isenção na tarifa de energia para famílias de baixa renda

A partir de 2026, a conta de luz ficará menor para alguns consumidores com a sanção presidencial da Medida Provisória (MP 1.300/25), que instituiu o programa Luz do Povo. O programa já está valendo desde julho com isenção na tarifa de energia para famílias de baixa renda, ou seja, aquelas com renda per capita até meio salário mínimo. Segundo o governo, são 60 milhões de pessoas impactadas diretamente pela gratuidade.

isenção será bancada pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo financiado pelo conjunto dos consumidores para sustentar políticas públicas no setor de energia.

E, a partir do ano que vem, passa a valer também um desconto de até 12% para famílias com consumo até 120 quilowatts-hora (kWh) e que tenham renda entre meio e um salário mínimo.

Vale dizer que pode ser cobrado das famílias outros custos e taxas não associados ao consumo direto de energia, como a contribuição de iluminação pública e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), de acordo com a lei de cada estado ou município.

Entre os itens que ficaram de fora do texto da MP original, por decisão do Parlamento, estão as tarifas diferenciadas por horário e mudança em critérios de preços nas operações de energia de curto prazo.

O que o Luz do Povo prevê

Isenção de tarifa

As famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com consumo de até 80 quilowatts-hora por mês (kWh/mês) têm gratuidade total na tarifa de energia elétrica. Também têm direito pessoas com deficiência ou idosos no Benefício de Prestação Continuada (BPC), famílias indígenas e quilombolas do CadÚnico, e famílias atendidas em sistemas isolados por módulo de geração offgrid.

Caso o consumo exceda os 80 kWh, será pago apenas a diferença acima dos 80 kWh. Ou seja, se a família consumir 100 kWh, irá pagar apenas pelos 20 kWh excedentes.

Desconto na tarifa

A partir de 1º de janeiro de 2026, as famílias com renda entre meio e um salário mínimo per capita, inscritas no CadÚnico, terão isenção do pagamento da CDE para consumo de até 120 kWh/mês. Nas contas do governo, para esse grupo, a redução na conta de energia será, em média, de 12%. A nova etapa deve beneficiar cerca de 55 milhões de brasileiros.

Quanto será a economia

A pedido de IstoÉ Dinheiro, Alan Henn, CEO da Voltera, calculou quanto será a economia para consumidores de até 80 kW/h, 100 kW/h e 120 kW/h com o novo programa, baseado no gasto médio mensal de energia hoje, considerando o custo do kW/h entre R$ 0,736 e R$ 0,772.

Como solicitar?

A Tarifa Social é concedida automaticamente para as famílias que têm direito. Para receber, basta que a pessoa responsável pelo contrato de fornecimento de energia elétrica – ou seja, aquela que o nome consta na fatura, esteja entre os beneficiados pelos programas de governo descritos acima. Não é necessário solicitar à distribuidora.

Custeio

Com custo estimado de até R$ 10 bilhões por ano, o Luz do Povo será financiado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é o fundo responsável por promover e financiar políticas setoriais.

Segundo o governo, o programa beneficiará mais de 17 milhões de famílias na primeira etapa, consolidando um dos maiores avanços sociais e de redução da pobreza energética do governo.

Quantos serão impactados

A região Nordeste é a que tem o maior número de unidades consumidoras beneficiadas pela nova Tarifa Social, seguida por Sudeste, Norte, Sul e Centro-Oeste.

  • Nordeste: 7,75 milhões de famílias / 27,1 milhões de pessoas
  • Sudeste: 5,69 milhões de famílias / 19,9 milhões de pessoas
  • Norte: 1,65 milhão de famílias / 5,78 milhões de pessoas
  • Sul: 1,26 milhão /4,42 milhões de pessoas
  • Centro-Oeste: 1,03 milhão / 3,61 milhões de pessoas

Entre os estados, São Paulo tem o maior número de famílias que terão desconto,  2,41 milhões, o equivalente a 8,43 milhões de pessoas. Na sequência estão Bahia (1,76 milhão de famílias, ou 6,18 milhões de pessoas), Rio de Janeiro (1,68 milhão de famílias, ou 5,88 milhões de pessoas) e Ceará (1,54 milhão de famílias, ou 5,42 milhões de pessoas).

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